Capítulo 52

Maria Cecília acordou mais por obrigação do que por vontade, sentindo falta do corpo de Luan que a acompanhou por toda a noite percebeu que ali em seu quarto era onde guardaria suas melhores lembranças, porque ele agora também fazia parte daquele universo, seu cheiro permanecia no travesseiro o qual agarrou com força e inalou o máximo que pode. O sol já brilhava alto – Faculdade! – grita e percebe que já tinha perdido o horário, não importava, estava feliz demais pra se preocupar com uma falta. 

No meio do susto suas mãos tocam em um pedaço de papel, reconhece aquela caligráfica desarrumada e lê com emoção, mal sabia ele que o simples fato dele proferir seu nome já era a coisa mais bonita que ele podia fazer por ela, amava tudo nele e confessava que ter uma música só sua era emocionante e uma das mais belas provas de amor, a música marca a vida das pessoas, se eterniza por décadas, anos assim como queria que fosse o amor deles.

Levanta só sorrisos, prende o cabelo em um coque desarrumado, senta em sua escrivaninha e começa a escrever no seu “livro de sonhos”, imaginava cada beijo, vivenciava cada toque daquela noite e botava tudo no papel: “Quero você aqui comigo, no meu quarto, no meio das minhas coisas, dos meus livros, CD’S, filmes, fotos, manias, sorrisos, suspiros, sussurros. Respirando o mesmo ar…Pode entrar, não pergunte se pode ficar porque eu quero você aqui. Não é mais fantasia, agora é necessidade. Então não demora, apenas... Vem e fica.”

 Não guardaria aquilo apenas pra ela, pegou seu celular e aquele foi seu bom dia pra Luan, passou uma SMS com o que tinha escrito e enquanto levantou até o banheiro e voltou seu telefone tocava alto, ao ver o nome naquele visor seu coração saltava dentro do peito.

- Meu bilhete é fichinha pra isso né? – falava com a voz cansada – Bom dia!

- Bom dia! 

- Posso voltar tipo agora pra ficar com você? – pergunta.

- Eu adoraria, mais suponho que já está na estrada?

- Sim, to indo pegar o voo – falava triste, seria mais uma longa semana.

- Humm – ela sentia isso – e seus pais? Falaram alguma coisa?

- Eu sou Luan Lii – começava com suas gracinhas -  to aprendendo essas coisas de entrar de fininho, sai da sua casa que nem um relâmpago e entrei na minha também, ainda tomei um cochilo, a nossa noite me cansou muito amor – falava puxando o “R” perfeitamente e ela percebe que aquela era a primeira vez que a chamava assim.

- Luan! O portão! Como saiu? – lembrava assustada.

- Eu dei meu jeito – admite, não queria envolver Sônia, elas ainda não estavam totalmente mãe e filha. 

Ela respira aliviada e não se atem muito ao assunto queria ouvir e compartilhar coisas bobas e ao mesmo tempo significativas com Luan: - Eu perdi o horário da faculdade – comenta.

- Culpa minha! Não quis te acordar, desculpa eu? – pedia de um jeito mais fofo do mundo.

- Não, sabia que eu tinha uma aula importante e culpa sua e da noite maravilhosa que tivemos eu perdi! – fazia-se de vitima.

- Ah – entrava na brincadeira – como faço pra reparar isso?

- Não pode vir aqui e ficar comigo...então, sem desculpas!

- Cuidado que eu paro tudo e volto tá muié? – lançava o desafio.

- Bobo! – ria – não importa se perdi o horário, se perdi aula, se faltarei mais tarde ao trabalho – sabia que não ia fazer isso mais citava – só lamento de não ter visto você ao abrir os olhos.

-Mais eu vi você!

- Não vale zombar ok? – Luan ria do outro lado.

- Foi incrível, você, eu...estar entre as suas coisas, no seu quarto, correr o risco de ser pego a qualquer momento, valeu a pena, cada hora que se passa tenho mais certeza do que eu quero – o coração de Cecília dava pulos – nunca senti algo como sinto quando estou com você!

- E ainda diz que sou eu que falo bonito? Veja você!

- Ah, mais isso eu vejo nos filmes – Luan não se importava em dizer aquilo – a diferença e que eu sinto na pele, no coração, ó escuta – o silêncio tomava conta do outro lado da linha por poucos minutos – ouviu?

- Nada além de barulho de carros e buzinas – ria admitindo.

- Em meio a tudo isso estavam as batidas do meu coração, você não imagina o quanto ele acelera só em pensar em você...isso é loucura mais se eu não tivesse compromissos a cumprir, eu juro, que estaria ai com você, ainda é cedo mais...eu trocaria tudo pra estar ao seu lado – parecia que suas bochechas coravam, pois sentia queimá-las ao falar aquilo – idiotice Luan, ela não está te vendo – pensava – mais o amor tinha dessas coisas, de sentir tudo com intensidade mesmo sendo separados por um fio eletrônico, era como se ele falasse mergulhando naqueles olhos verdes.

- Nossa! – estava surpresa – isso é bom?

- Não sei, apenas que é...verdadeiro demais! – alguém grita e Luan responde igual – já vou!

- Você precisa ir? – não queria que ele desligasse poderia passar todo o dia ouvindo aquela voz.

- Sim, vou embarcar – falava no mesmo tom triste como se a separação estivesse acontecendo de fato com o fim daquela ligação.

- Tudo bem, eu preciso tomar um banho e comer alguma coisa, to morrendo de fome – comenta – Boa viagem tá?

- Amor?

- Oi? – estava adorando aquilo.

- Antes que me esqueça você não se importa com comentários né? – ela imaginava sua cara apreensiva.

- Não, porque?

- Publicaram algumas fotos do show de ontem, é...eu e você!

- Verdade? – não se surpreende.

- Não tá chateada?

- Ninguém precisa saber que o nosso lance é sério não é? Vão pensar que foi só uma ficada...- dá de ombros.

- Ok, fico mais tranquilo.

- Quem não vai gostar é o Arthur mais não to pouco me lixando pra ele, e nada nem ninguém vai estragar o que eu to sentindo, foi tudo perfeito Luan.

Ele abria um sorriso do outro lado que não tinha tamanho, não era a mesma coisa que outras mulheres falavam dele, ela era sincera, não elogiava seu “desempenho” pra aumentar o ego dele, sabia que pra ela, ele tinha sido incrível sem nenhum esforço, sendo apenas ele.

- Difícil vai ser ficar sem você uma semana, só volto daqui a dez dias. – Luan lamentava.

- Não importa, só sua – falava o lema deles.

- Só seu. – repetia

Alguém insiste nos gritos e ele fala apressado nem dando tempo dela também se despedir: - Vou embarcar, te amo minha menina!

Ainda Era estranho a seus ouvidos ouvir Luan falando “eu te amo” mais responde igual mesmo ele não estando mais ouvindo. Tomou sue banho e não se preocupou em buscar noticias sobre sua “ficada” com Luan, preferia não ficar por dentro disso tudo, poderia ler algum comentário indesejado e era melhor evitar do que encucar na sua cabeça.

Iria direto na cozinha tomar seu café mais se surpreende ao encontrar na sala de jantar Sônia e Arthur.

-Bom dia! –falava só sorrisos – não foi trabalhar hoje? – dirige-se  a Sônia.

- Só a tarde, tenho que ter uma conversa e estávamos te esperando – a pega de surpresa, mais ela procura se sentar e se servir de um copo de suco.

- Parece feliz maninha? – Arthur alfineta – seria por ter sido o centro das atenções de ontem no palco do Gusttavo Lima ou por ter ficado com o Luan Santana?

- Arthur? – ela desprezava o irmão no mesmo tom -  Quem deveria estar feliz era você  por ter tido um ótimo evento e ter fechado a noite com chave de ouro com sua namorada, a Bia não ficou pra tomar café? – alfineta.

- Ela tinha prova na faculdade – fala seco aos olhos surpresos de Sônia – diferente de você.

- Eu estava cansada demais – toma um suco e lembra que não tinha comentado essa parte da prova com Luan, afinal não queria que ele se sentisse culpado depois da noite incrível que tiveram  – farei segunda chamada não se preocupe.

- Bom – Sônia interrompe – vamos deixar as discussões a parte por hoje? – ela encarava os dois – eu escolhi conversarmos porque preciso tomar algumas decisões – Arthur observa que ela tinha um envelope abaixo de sua mão – a uns meses atrás eu concordei de vetar a parte do prolabore que a Maria Cecília tem por direito.

- Claro, foi pro bem dela e funcionou, bem vai continuar funcionando – Arthur fuzila a irmã com os olhos.

- Não mais – Sônia abria o envelope – acordei cedo e liguei no advogado – Arthur se assustava com as palavras da mãe – eu mandei ele emitir outro documento e graças a Deus ele é muito eficiente porque está aqui – entrega  a Maria Cecília – devidamente assinado por mim, você a partir de agora tem todos os direitos em suas mãos novamente e claro o referente a esses meses de “bloqueio” todos estão nesse momento sendo repassados pra sua conta. 

Cecília não se continha com o que ouvia, era bom demais pra ser verdade, mal conseguia agradecer apenas lia aquelas linhas e confirmava o que estava acontecendo, o contrário de Arthur que se enfurecia: - Impossível! Eu preciso assinar pra autorizar isso!

- Não precisa meu filho – Sônia explicava com paciência – você só conseguiu aquilo porque eu concordei, a minha assinatura basta, eu sou a dona de tudo aquilo e estou devolvendo a parte que cabe do pai de vocês a Cecília, aceite isso Arthur, é um direito dela.

- Obrigada mãe – faz questão de chamá-la assim a frente do irmão – isso vai ser de grande ajuda no meu projeto no orfanato, irei terminar enfim! – comemorava enquanto tinha sua mão acariciada por ela.

- Quem garante que não vai torrar todo o dinheiro? Voltar a beber? Voltar a sair com os caras por ai? Eu não aceito! – bate na mesa.

- Eu garanto Arthur – Cecília responde – estou feliz demais pra estragar tudo e você entende o que eu quero dizer não é? – insinua seu romance com Luan.- Preciso ligar pro Augusto! Comemorar e dizer que vamos terminar nosso projeto! – não se preocupa em tomar café a euforia lhe tomava por completo.

- Você não deveria ter feito isso mãe, ela só te chamou assim pra te agradar – cuspia as palavras rispe– ela está nos enganando com essa mudança.

- Não importa, não tenho pressa de recuperá-la aos poucos Arthur, tudo tem seu tempo mais não posso continuar tirando algo dela que é de direito.

- Tudo isso por ontem não é? – lembrava do show – você queria que eu fizesse o que?

- Agisse como um irmão que não que preserva a imagem da irmã, simples assim.

- Ela já perdeu isso faz tempo – referia-se a imagem.

- Não Arthur, ela a escondeu por muito tempo, ainda continua a mesma Cecília, já você meu filho... – falava decepcionada – não posso dizer o mesmo e isso eu lamento muito – levanta e parte pro trabalho.

Arthur ficava contido em seu ódio, a situação fugia de suas mãos, sua mãe voltava a ter total atenção pra sua irmã, a protegendo novamente e ele começava a se sentir escanteado mais uma vez. Luan estava encantado por Cecília  - isso era notável Arthur pensava -  a mesma que tinha conquistado seu dinheiro mais uma vez e agora tomava a atenção de sua mãe. Sempre foi isso. Inveja. Se existe um sentimento que faz as pessoas cometerem as atitudes mais absurdas era esse que o Arthur sentia pela irmã e foi essa conversa que tinha tido com Bia naquela mesma noite em sua casa...

No seu quarto repousava em sua cama com Bia em seus braços, não era o Arthur frio, rude nem irônico que estava ali, mais sim o Arthur que o Luan conhecia, que o Augusto sabia que estava ali em algum lugar, o Arthur que nunca se revelou pra sua irmã, o Arthur que por incrível que pareça amava a mulher que estava em seus braços.

- Arthur? – Bia perguntava – você me ama? Seja sincero por favor.

- Eu quem deveria perguntar isso a você Bia, você que me atura quando o mundo todo me vira as costas agora. – falava ressentido.

- Sabe que isso so acontece porque você quer – o encarava – Arthur, eu sou amiga da sua Irma e essa situação está me matando, por culpa desse amor que sinto por você eu não consigo me aproximar dela.

- Eu não quero te perder pra ela também, você não! – irritava-se.

- Você não vai me perder, eu posso ser dos dois, a sua irmã é maravilhosa e você também Arthur, apenas tem que parar de querer ferrar ela – era inútil, ele não entendia.

- Foi por isso que eu te conheci Bia – ele explicava – meu intuito era usar você eu não esperava me apaixonar – era a primeira vez que ele falava isso e ela se surpreendia – eu sabia que você tinha uma queda por mim e fiz uso disso, mais você é tão doce, tão linda que foi uma peça que pregaram em mim. 

- Porque está me dizendo isso agora?

- Porque quero te levar a sério, não quero que me deixe, que acabe tudo comigo, eu te amo Bia, mais se você quiser continuar vai saber que eu não vou mudar, eu não abro mão de acabar com a Cecília – ele falava com ódio e acaba assustando-a. – seu amor é capaz de suportar isso?

- Vocês são irmãos! – dizia o obvio -  e você sabe que ela é a maior vítima nisso, eu te amo mais não vou prejudicar a minha amiga, mesmo te amando eu não vou participar de alguma coisa contra ela, e por favor? Da próxima vez que for armar contra a Cecília, não me deixe assistir de braços cruzados, porque sou eu quem digo agora, se você me ama e quer ficar comigo não me use. – pegava suas roupas e começava a vestir.

- Bia, Bia! – insistia.

- Eu te amo Arthur, e você sabe disso, mais não me peça pra escolher, isso é ridículo, sua mãe nunca vai te deixar, nunca! E vocês já são calejados demais, ela é sua irmã antes de tudo e não sua inimiga! Quando quiser voltar a conversar e se redimir eu te ajudo, sempre. Mais hoje você foi longe demais e amor não é pra sentir medo e sim segurança, eu não vou ficar com alguém que passa metade do dia pensando em como acabar com a irmã. – estava pronta.

- Pode me procurar um dia, quando não tiver a fim de machucar mais ninguém. – se despede com um beijo e sai de fininho.

Arthur entendia o que acontecia, era um pedido de tempo na relação que mal começava, nem ele mesmo entendia o que sentia, amava aquela pessoa que acabou de sair do seu quarto e odiava saber que sua irmã tomava tudo que o cativava, seus amigos, sua namorada, sua mãe. Inveja. Inveja. Inveja. Lhe consumiam, desde sempre, porque ele sabia que enquanto estava sentado no colo do seu pai quando criança seus olhos sempre tiveram atentos e cuidadosos para Cecília que brincava sozinha a frente deles, ele sabia que quando o pai ria e elogiava seu boletim imaginava que os da sua irmã era melhor. Ele quem sempre levava as broncas quando Cecília quebrava alguma coisa dentro de casa, sempre era ela que a mãe afagava quando se machucava. Rejeição que acompanhou ele durante toda a vida. 

Lembrava que quanto mais a sua irmã vivia a Paloma e fazia sua mãe sofrer mais ele se deliciava com isso, a filhinha querida agora desprezava a mamãezinha atenciosa, mais agora tudo isso começava a fugir de suas mãos, Augusto virava-lhe as costas em defesa dela, Luan tinha um caso e aparentemente estavam apaixonados, Bia voltava a defender a amiga e sua mãe a tinha de volta. Por pouco tempo, não descansaria até tirar tudo dela de novo, começando por Luan.

CONTINUA... 

Amores! Me desculpem o horário tá? São exqtamente 23:50 e esse foi o horario que tive tempo de postar, cheguei da faculdade e estou envolvida num projeto o qual faço pelo MSN com uma amiga da Faculdade e tive que adiantar com ela.

Desde já digo que ficarei portando por esse horário, algumas pessoas sabem da minha correria trabalho durante todo o dia e estudo a noite!

Me perdoem tá? Mais esse projeto que estou envolvida é de extrema importância assim como a #Fic, sei que muitas leitoras não podem esperar até esse horário, mais eu não quero desistir desse "segundo sonho" então peço que me entendam e continuem sonhando comigo! Mesmo com esses horários loucos!

Até daqui a pouco então né?

@_Vanesssaa_