Capítulo 1

Despertador toca alto e uma mão abafa aquele barulho. – Droga de despertador! – Olha e vê a hora que ele indicava seis horas da manhã. – Legal Maria Cecília – se permitia ser chamada assim em seus pensamentos, mais tinha adotado um outro nome anos depois que perdeu seu pai e entrou na faculdade. – só dormiu uma hora? Que ótimo! – seu mal humor tomava conta do ambiente.

A garota agora com 20 anos de nada tinha da Maria Cecília que voltou a morar no Brasil a 2 anos atrá. Dois anos, da morte de seu pai e de grandes mudanças na sua vida. Levanta com dificuldade e olha para o espelho, seu cabelo desgrenhado, o rosto manchado da maquiagem denunciava como tinha sido sua noite, bebidas e homens mais uma vez.

Enquanto tomava banho olha pelo espelho e vê uma marca no seu pescoço, lembrava muito bem como ela foi parar ali e ria da situação: - Imbecis! 

Não sabia como, mais tinha passado no curso de Arquitetura, talvez ainda tivesse um pouco de sanidade quando se inscreveu no vestibular, e se surpreendeu por passar de primeira, dois anos tinham se passado, continuava naquela casa, com seu meio irmão que enchia ainda mais o seu saco e sua madrasta, pensava em Sônia dessa maneira, desde aquele dia nunca mais a chamou de mãe.

Maria Cecília mudou drasticamente depois da morte do pai, se fechou para tudo, não sorria mais, não saia mais, até um dia antes de entrar na faculdade acordou e tomou uma atitude. Mudar. Comprou roupas novas, usando pela primeira vez aquele cartão dourado, maquiagens e mudou sua personalidade completamente, de mocinha para cinco graus a mais vulgar. O que quase matou sua “mãe” e seu irmão ao vê-la com um palmo de roupa, mudou seu estilo de música, seu jeito de dançar, seus amigos, sua rotina, trocando o dia pela noite.

Até receber o título de Rainha das noites de Londrina. Perdia a conta de quantos homens tinha ficado, ela na pista de dança tinha um poder de sedução enorme sobre eles, e muitas vezes chegava a ser disputada. Tinha e dava uma longa noite de prazer e se despedia com um beijo e uma mordida na orelha dos seus amantes, voltando no seu carro sem deixar nenhum contato e nenhum sinal que teria uma próxima noite. - Objetos de diversão. Ou apenas idiotas como pensava sobre todos.

Escolhe um vestido curto colado, um salto alto, pega sua bolsa com seu material e desce com seus óculos escuros escondendo as olheiras já que a maquiagem não resolveu.

- Como foi a noite? Bruna Surfistinha? – seu irmão zomba.

- Bom dia pra você também seu idiota! – reclama.

- Parem os dois por favor, Arthur, a Maria Cecília...

- Paloma! – ela corrige Sônia.

- Você pra mim é Maria Cecília ok? -  perde a paciência batendo na mesa.

- Deixa mãe, a Paloma precisa é de um emprego, porque quem trabalha aqui, sou eu e você com a Clínica do papai, bom se ela acha que seu trabalho a noite é um emprego, quero é ver o dinheiro que você ganha com suas saídas, quanto por programa?

- Arthur! – Sônia repreende.

Maria Cecília se ajeita na cadeira, cruza as mãos e ri: - Eu não ganho dinheiro, mais o que faço é mais prazeroso do que ficar trancado num escritório administrando algumas boates e casinhas de show que só trazem cantorzinhos sertanejos sem graça.  – pega uma maçã – bom dia pra vocês trabalhadores. – e sai.

- Você não devia falar isso, ela sofreu muito desde...

-Mãe, ela precisa acordar, eu sei que você tentou, procurou ajuda psicológica, mais ela não tem jeito, tem que ser na base da ignorância, ela faz faculdade, ok? Mais nós sabemos a fama que ela leva por aí, a rainha das noites de Londrina, ela está sujando o nome da família, o meu nome! – irrita-se.

- Ela é sua irmã, e você deveria ter a compreendido desde o começo.

- Eu tentei no início – mentia porque nunca tentou -  mais ela se transformou nisso, e eu penso bem em como mudar essa situação, me aguarde. – deixa o guardanapo e sai rumo ao escritório.

Na faculdade Maria Cecília estaciona seu carro, Beatriz sua única e melhor amiga se aproxima.

- Bom dia!

- Só se for pra você. – fala rouca.

- A noite não foi boa?

- Maravilhosa como sempre -  sorri enquanto caminhava rebolando demais pelos corredores – o pior é voltar pra casa, sabe como é?

- Realidade...Sei. – Bia era a excluída da Faculdade, e achou em Maria Cecília seu refúgio, seu amparo, ela quem deu atenção, mais não mudou seu jeito, não tornou Bia vulgar, ela não merecia, mais também não afastou ela de sua companhia, percebeu que ela achava melhor ser vista como a própria “Paloma” do que passar por despercebida por todos. – E aquele cara?

- Até que ele faz o serviço direitinho – ri alto – pediu meu telefone mais você sabe né?

- Apenas uma saída, sem contatos futuros, sem reencontros. – repetia a coisa corriqueira.

- É assim que a coisa funciona Bia, homens gostam disso, de serem perseguidos, das garotas ligarem dizendo: - ah amei a noite, quero você de novo” mais comigo é diferente. Só podem experimentar Paloma Fortezza uma vez na vida. – ria alto e quando chega na porta o professor chamava: - Maria Cecília Fortezza – Paloma presente professor -  ria sexy pra ele que tinha passado por sua lista.

- Me desculpe senhorita Fortezza. – fala inibido.

Cruza as pernas chamando atenção do professor, que era jovem e ajeita o óculos desconcertado – Garanto que vai lembrar da próxima vez -  pisca o olho.

- Não tenha dúvidas disso. – responde e começa a aula que passa rápido demais.

Bia ria com Paloma nos corredores: - Você vai matar o Assis Paloma!

- Ah, ele queria um segundo encontro, até que é gostosinho quando tira o óculos, mais eu vou conseguindo aumentar minhas notas bimestrais só com as cruzadas de perna.

- Sua má, tenho medo de você!

- E a balada hoje? Vai ser onde? – Paloma pergunta curiosa.

- Hoje? Ah pode ser...- para

- Diz Bia.

- Não esquece!

- Você ia falar na boate do meu irmão é isso?

- É, mais não liga, podemos ir pra outro lugar.

- Não, não. Lá está ótimo, hoje é segunda e ele vai estar lá, poderei me vingar dele.

- Vingar?

- É, as pessoas, quer dizer, seus amigos não sabem de mim como irmã dele, nunca liguei pra saberem ou não, mais hoje vai ser diferente, e tenho a cartada por  já ter ficado com a maioria deles – ri.

- Eu lembro, até aquele cantor sertanejo...como é o nome dele mesmo?

- O Sorocaba? – ria.

- É, esse aí.

- Hoje eles vão saber que Paloma Fortezza é irmã de Arthur Fortezza dono de uma das maiores boates e casa de show de Londrina. Aguarda.  – falava irônica com veneno nos olhos.

No escritório Arthur faz uma ligação...

- Alô?

- Luan? É o Arthur Fortezza.

- Fala aê cara! Quanto tempo! - Luan reconhecia a voz do velho amigo.

- É, eu soube que você está aqui essa semana e quero lhe fazer um convite.

- Já sei, já sei, ir na sua boate certo? Que por sinal é uma das melhores de Londrina meu cara!

- Eu já te convidei inúmeras vezes, mais nunca pode, sua irmã é quem sempre aparece por lá com umas amigas cara, tenho saudade das nossas conversas.

- Não mais dessa vez tá fechado cara. Fechado eu vou sim, pode me esperar.

- Entrada Vip ok? E pode levar quem quiser. Te espero pra botarmos os papos em dia e quem sabe fechar pareceria.

- Falô cara, tamo junto!

Luan estava no escritório com Anderson, Rober, Sorocaba e outras pessoas da banda.

- Tem programa pra noite, topam? Um amigo me ligou e temos entrada Vip.

- O que não seria diferente né Luan? – Sorocaba zomba. – Humm, boate, será que a Paloma vai estar por lá?

- Paloma? – Luan não entende.

- AH LUAN! Vai dizer que nunca ouviu falar da Paloma? Rainha das noites de Londrina? – Rober ri da cara que ele fazia. – Eu sou louco pra pegar ela!

- Espera, vocês já saíram com essa Paloma?

- Cara, a mulher é incrível! – Sorocaba começava a falar e gesticular – linda, rica e ma ra vi lho sa, mais dizem que ela só sai com um cara uma vez, eu tive essa vez e nunca mais esqueci, tentei procurar telefone, algum contato e o que me disseram? Esquece, ela não vai sair mais uma vez com você.

- Eu nunca sai com ela, mais escuto os boatos cara, ninguém sabe muito dela, ninguém a vê muito durante o dia, só a noite, por isso o nome Rainha das noites.

- Humm, interessante, vai que eu dou sorte e encontro ela hoje. – fica curioso.

- Sai dessa Luan, ela é uma furada, te enfeitiça e dá com o pé na tua bunda. – Sorocaba adverte.

- Mais eu não quero nada sério, quero só me divertir. – ria inocente.

- Você não vai encontrá-la cara então é melhor esquecer. – Rober admite.

- Ok, mais se não for a Paloma... - Luan dá mais uma opção.

Todos riem e batem as mãos: -  Fechado!

CONTINUA... 

Amores, não resisti e postei mais cedo porque vou direto pra Faculdade quando sair do trabalho.

Bom, o que será que vai acontecer quando eles se encontrarem hein?

Existem muitas coisas ainda a serem reveladas.

Obrigada pela quantidade de acessos ao Blog em tão pouco tempo.

Pesso que comentem, quero saber suas opiniões e ninguém gosta de LEITORES FANTASMAS né mesmo?

Ah, alguma alma caridosa que souber fazer BG, ou esses trem com montagens e quiser fazer uma doação aqui pra Fic eu aceito tá??

Não sou boa nessas coisas! =/

Paz&Bem

@_Vanesssaa_