Capítulo 16

- Droga de vida! – abafava o despertador -  não por ter acordado aquela hora, mais por não ter  conseguido dormir e o som incomodar todos seus pensamentos, enquanto via os ponteiros do relógio na parede do seu quarto correrem por toda a noite, passava em sua cabeça tudo o que aconteceu, e odiava a ideia dos irmãos Santana quererem se aproximar dela, seria sempre assim? Porque não deixavam pra lá? Porque essa curiosidade? Essa preocupação? Fazia tanto tempo que não sentia isso, as pessoas pensando nela, tentando proteger, até sua mãe tinha parado com tudo isso, parecia ter desistido dela e já estava acostumada, mais agora sentia a necessidade dessa proteção, estava vulnerável e segundo ela, isso não era nada bom.

Como não bastasse o cantorzinho brincava com ela, sabia que não era amizade toda aquela história mais a vontade de possuí-la mais uma vez, ele não era o primeiro nem o último que tentava isso e já estava acostumada, o pior era controlar seus sentimentos quando ele estava perto, porque ela também queria – Dane-se Luan, Bruna e quem mais quiser! Inferno! Inferno! Inferno! Odeio todos, todos!

Faculdade naquele dia se igualava ao inferno, por precaução passou bem cedo onde deixou Rodrigo, o carro não estava mais lá, alívio de certa forma mais tinha medo do que ele poderia aprontar, sabia que tinha brincado com fogo e  das consequências disso mais pela Bia valeu a pena. Muito a pena.

Lembrando da Bia, naquele mesmo dia ela conversava com Lígia no pátio - onde mantinha-se ao centro a arquitetura de uma coruja, símbolo da faculdade -  e pra sua surpresa Bruna estava lá. – Não, isso é demais – pensava -  aquela garota aqui? Na faculdade? Ela deveria estar no colégio! – passa com pressa para a cantina ignorando o meio sorriso de Bia,  pede uma Coca KS bem gelada, a água não adiantaria pra aliviar o que sentia na garganta, precisava do ácido do refrigerante. – Não Paloma, você precisa de uma dose de Tekila pra esquecer essa droga de vida! – Bruna como não poderia ser diferente caminhava em sua direção -  Claro, educada tem que vir falar comigo!

- Coca-Cola ás oito da manhã não é nada saudável sabia? Precisa se cuidar. – sorria com as mãos na cintura sentando-se como se nada tivesse acontecido, como se fossem velhas amigas.

- E adolescentes na sua idade deveriam estar no colégio, se preparando pra no futuro estar aqui. – sorri sínica.

Explica: - Mais eu estou no colégio, nós viemos fazer uma visita técnica aqui na Universidade.

- Ah que maravilha! Aproveita muito! E me deixa em paz – fala sem muito interesse tomando um gole do refrigerante.

Ignora: - Você tá bem? – começava a ficar nervosa com a forma que Paloma lhe falava, mexia muito no cabelo pondo as mexas de alguns fios dourados para trás.

- Sabe? Eu tento ficar bem, mais  pessoas como você insistem em se aproximar e acabar com meu dia. – não se arrepende, já tinha esgotado seu estoque de paciência.

Espanto: - Você prefere ficar sozinha?

- Eu me completo.  – toma mais um gole.

- Você é muito complicada! – admite em tom de brincadeira.

Joga as mãos ao alto: - Que bom que percebeu isso! Eu realmente queria que levasse isso a sério. – bate palmas.

- Eu quero te fazer uma pergunta. -  morde o lábio insegura.

- Se eu responder você para de pegar no meu pé? -  Bruna não responde – ok, pergunta.

- O meu irmão...

- Ai o que tem o cantorzinho? -  tinha que lembrar dele?

- Ele te conhece não é? – sorri.

- Como ela sabia disso? Lembra que Luan falou nela e na Bia ontem a noite, deviam ter conversado alguma coisa! - Sim. – admite sem entusiasmo.

- Nós conversamos sobre você – parecia que Bruna entendia todos seus questionamentos internos -  minha mãe...enfim, ele ficou curioso por você ter me ajudado e tudo mais...

- Sua mãe? – pensava em duvida  - Eu imaginava! – fala baixinho.

- O que disse?

- Nada, continue... -  cruza os braços prestando atenção.

- Eu queria saber se...

Sabia onde aqueles rodeios todos terminariam e não pensa duas vezes: - Tá, você quer saber se nós já ficamos? – é grosa e direta.

 Bruna se assusta com a rapidez do raciocínio de Paloma: - Eu não queria ser tão direta mais...

Ela ri com sarcasmo: - Bruna, você sabe quem sou e sabe o que faço com os homens e não é legal ficar junto comigo, então a resposta é sim, eu já fiquei  - para pensando em ferir mais com a palavra a ser usada, queria que ela se tocasse logo quem era a Paloma de verdade – não, não, essa não é a palavra certa porque sim, eu já transei com seu irmão se é isso que quer tanto saber!

- Eu sabia! -  ela não se abala e isso irrita Paloma ainda mais.

- Agora porque a pergunta? -  apoia-se na mesa a encarando, Bruna fica nervosa, não a reconhecia, tinha medo daqueles olhos a fitando.

- Ele...nós queremos saber sobre...- estava nervosa demais pra organizar as ideias.

- Bode espiatório. – ri. – sei continue.

- Eu também quero saber mais sobre você, mais minha mãe   - para.

- Sua mãe? – arqueia a sobrancelha.

- Me proibiu de falar com você, a Lígia falou pra ela e...

- Me lembre de agradecer a ela por isso um dia. – olhava com descaso - Então o Luan tá usando você pra saber sobre mim e sua mãe não quer me ver com você? – ligava os pontos -  Mais ela não sabe que você está aqui conversando comigo, e não sabe que é você quem me procura... sabe o que eu vou fazer? – calculava mentalmente.

- Pode parar com tantos “sabe, sabe”? – descontrai.

Levanta e pega sua bolsa: - Obrigada por contar Bruna, porque eu pedi por mais de uma vez pra você se afastar de mim, eu avisei mais você não ouve, então vou tomar as providências.

- O que você vai fazer? -  levanta e mexia no cabelo nervosa.

- Nada demais -  estava fria e parecia pensar em outras coisas, seu olhar estava distante – mais também vou dizer outra coisa, eu não quero amigos, eu me dou muito bem sozinha, por favor? Faz como a Bia e escuta meu conselho? Isso vale pro seu irmão também e passa o recado, não gosto de ninguém no meu pé, principalmente carinhas que eu já peguei.

Paloma sai deixando Bruna sozinha na mesa e as meninas observando de longe mais uma tentativa sem sucesso, mal sabiam elas que ela pegaria o carro e seguiria para a mansão dos Santana, do outro lado da cidade num condomínio luxuoso para falar com Marizete. E assim o fez.

Depois de atravessar toda a cidade chega ao destino: - Eles se escondem aqui pelo visto não é? – conversava sozinha – porque a uma distância enorme da cidade, e num condomínio luxuoso desses? – observava a dimensão do quarteirão. – Pensa Paloma como entrar aqui, sem ser barrada e sem pensarem que é um sequestro contra o cantorzinho?

Pensa alguns segundos e lembra: - Arthur! Ele provavelmente já deve ter vindo aqui, sou irmã dele e vim trazer uma encomenda, lógico! – E assim o fez.

Linda, e com o sobrenome Fortezza foi fácil passar pela guarita, o senhor indicou a última mansão, a visão de dentro era ainda mais deslumbrante era uma cidade dentro de Londrina, com ruas largas, supermercados, farmácias, academias, uma lagoa enorme, cheia de árvores e área de diversão, se existia um lugar perfeito pra morar, ela estava nele nesse exato momento.

Para em frente aquela enorme estrutura, a casa parecia ter dois andares de tão grande, o arquiteto que a projetou com certeza o fez bem feito, tinha os toques femininos na sacada, desde a posição das plantas até as cores. Desce do carro e sobe o vestido que colava modelando o seu corpo, tinha que fazer jus a imagem que vendia e surpreender a “mãezinha” deles, encorajada toca a campainha e aguarda.

CONTINUA...

E agora amores, como será essa conversa entre Marizete e Paloma?

Será que vão se entender ou ela vai dizer poucas e boas defendendo sua filha? 

Querem mesmo saber?

COMENTEM e AGUARDEM próximo capítulo!

Quem quiser podem comentar pelo TT @_Vanesssaa_

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