sábado, 23 de junho de 2012

Capítulo 12




Se tinha algo de Maria Cecília que ela sempre carregava quando vivia a Paloma era o não arrependimento, isso quando fazia a coisa certa, e se ela tinha escolhido viver assim, afastar Bia e acreditar que ela seguiria sua vontade foi o melhor a fazer.

Sua vida agora se resumia a isso, a parte boa que resumia-se em estudar, trabalhar e o orfanato, e a parte Paloma de ser, boates, bebidas, cigarro homens e solidão, era difícil chegar num lugar tão puro onde encontrava aquelas crianças e pensar que poderia ser sempre assim, pensar na possibilidade de recomeço, de uma vida de verdade e não as escuras, era tentador demais, largar tudo, entrar em casa e abraçar sua mãe, ter amigos, vestir-se como uma garota normal, sem vulgaridade. Mais a dor era maior quando chegava no caminho, desligava os faróis subia os vidros escuros do carro e começava a arrancar Maria Cecília fora e a dor aumentava quando via o seu irmão a rejeitando, como sempre o fez, a olhando com desprezo, ódio e maldade, como se arquitetasse algo para ver sua queda. As lembranças do pai que a desprezava e o carinho que tinha de Sônia que deveria odiá-la tornavam-na essa pessoa.

Paloma continuou chegando tarde e levantando cedo já que sua faculdade era pela manhã, encontrava Bia e isso melhorava seu dia de certa forma, mesmo não falando com ela, apenas dando um sorriso de canto percebeu mudanças notáveis, modo de vestir, de prender o cabelo, voltando a usar seu óculos de leitura, era a mesma Bia de sempre até conversava com outras pessoas, inclusive Lígia, amiga de Bruna, Paloma muitas vezes as encontrou pelos corredores e ficou feliz por saber que de alguma forma Bia tinha amigos de verdade, enquanto ela permanecia sozinha, doía ver os olhares dos outros, olhares de pena, no fundo sabiam que ela não estavam bem, mesmo assim continuava com seus jogos sensuais, tentando amenizar o vazio que sentia, um vazio que aumentava cada vez mais, porque procurava sentir em outros homens o que sentiu apenas com um. – Luan.

Se martirizava por isso, estava virando escrava dos sentimentos que insistia em matar, a cada noite, a cada saída e a cada novo beijo. Era errado não deveria sentir isso porque nunca seria capaz de nutrir algo tão forte como o amor por uma pessoa, e nem sabia se era amor, mais era bom e isso  machucava demais, sabia que não valeria a pena e tinha que esquecer. Não podia se permitir a isso.

Devido ao comportamento da filha Sônia resolveu tomar algumas providências que jamais tentou fazer  por respeito a decisão de novo “estilo de vida” de Maria Cecília, mais ela estava abatida, magra, cansada e o pior passava por sua cabeça: - Drogas.

Paloma sempre levava a chave do seu quarto consigo mais Sônia tinha também uma cópia e era chegada a hora de invadir aquele lugar e descobrir tudo de uma vez.

- Estela, eu preciso que você entre comigo. – dizia enquanto subia as escadas.

- Ela vai nos matar se descobrir.

- Mais você já entra lá. – falava o óbvio.

- Sim, quando ela está, aí é diferente. – rebate.

- De uma forma ou de outra eu sou mãe ela aceite isso ou não fui eu quem a criei e eduquei, mereço saber o que está acontecendo de verdade. – gira a chave e abre o quarto observava os tons claros, a janela aberta iluminando o ambiente, numa prateleira ainda tinha sua boneca preferida num vestido lilás florido com o penteado de trança, Sônia quem a tinha presenteado e sorriu involuntariamente por ver que ali ainda tinha vestígios de sua verdadeira personalidade -  tudo parece tão normal, tão Maria Cecília.

- Acho que esse é o refúgio dela, ela ainda é a mesma lá no fundo. – Estela concorda sentando num canto e observando Sônia se movimentar.

Sônia começa a mexer nas coisas, na mesa do computador estavam alguns trabalhos da faculdade e o seu boletim impresso, até aí nenhuma surpresa – Notas excelentes, como sempre! – observava uma blusa jogada na cama, o decote assustava e quebrava a sintonia do ambiente, mais não a tocou, ela não poderia saber que esteve ali -  mais o que é isso? – pega alguns papéis e começa a ler, sentando numa cadeira de canto -  não pode ser! – seus olhos a medida que percorriam aquelas linhas brilhavam querendo derramar algumas lágrimas, Estela levanta e vai até o seu lado tentando ler aqueles papéis onde só via linhas e cálculos.
- O que diz aí? – pergunta curiosa.

- O Arthur precisa saber disso! Ele vai mudar de ideia ao ler isso! Tenho certeza! – falava eufórica.

- Mais o que diz?

- Aqui – aponta uma folha -  é um comprovante de pagamento de uma empresa de arquitetos, o que significa que a nossa menina está trabalhando Estela! – falava eufórica.

- Não pode ser! Mais isso é ótimo, mais -  pensa -  porque esconde isso de nós?

- Vai saber Estela! Mais de qualquer forma é uma ótima notícia, e isso explica sua ocupação durante o dia...

- Mais a noite....- lembra.

- Não importa, mais veja isso aqui – mostra outro papel, dessa vez com um desenho, Estela observa.

- Uma planta? Alguma coisa em cima de uma árvore? – franze as sobrancelhas.

- Isso, mais veja esse nome aqui embaixo – aponta e lê em voz alta  - Orfanato Santa Casa de Londrina -  ela frequenta esse lugar e essa planta deve ser algum projeto Estela, quando o Arthur souber disso tenho certeza que ele vai mudar de ideia sobre a Maria Cecília! – falava cheia de esperanças -  eu sempre soube que a minha menina nunca foi embora por completo, que ela sempre esteve ali, mesmo levando o que ela chama de vida! Ela ainda está aqui! Ainda se importa com os outros, ainda há esperanças Estela!

Estela a olhava como quem discordava, não com o que via, mais em relação a Arthur, o conhecendo bem, ele não mudaria – um barulho faz elas olharem juntas na mesma direção, seria Maria Cecília? Sônia guarda as folhas apressada, mais pelo horário sabia que não era ela, e já se preparava pra contar tudo a Arthur.


- Meu filho! – Sônia desse as escadas as pressas.

- O que foi mãe? Algum problema? – Arthur deixa sua mala em cima de um móvel e a observa de sobrancelha arqueada.

- Não, tenho alguns papéis pra você analisar aqui, é importante.- exclama enquanto conduz Arthur até a sala e sentam no sofá. – Toma, leia isso. – entrega e observa os gestos de Arthur, tinha um leve espanto ao arquear as sobrancelhas, com a cabeça fazia sinal de negação o que a preocupava muito e por fim a entrega sem nenhuma animação. – O que achou?

- Não digo que estou surpreso, mais parece que alguém aqui começa a tomar juízo, cortar o dinheiro ajudou não acha? Isso é no mínimo bom. – fala com descaso.

- Arthur! Eu não acredito, você só acha isso? Isso pra mim é ótimo!

- Eu até entendo, foi você quem a criou deve sentir isso mesmo – era frio.

- Filho, independente disso, ela é sua irmã! Você não sente nada? – questiona -  isso é tão frio, o que aconteceu com você?

Não responde, talvez nem ele soubesse a resposta – As notas boas são o mínimo de obrigação de quem estuda, quanto ao trabalho isso vai fazer ela crescer, e  orfanato – para e pensa antes de falar – ela deve se identificar, ou melhor, lá deveria ser sua casa.

- Arthur!

- Licença, vou subir e tomar um banho. – sai desabotoando a camisa.

Sônia senta derrotada no sofá – Eu não sei o que aconteceu com ele, depois que o pai morreu ficou tudo mais difícil, ele ficou duro...

- Ele nunca gostou da Maria Cecília, Sônia, nós sabemos disso, confesso que essa reação já era esperada por mim, desculpe.

- Eu não sei onde eu errei, talvez tenha dado atenção demais a Maria Cecília e esquecido dele, mais ela sempre foi rejeitada do carinho do pai, eu tinha que suprir de alguma maneira.

- Eu entendo, mais o Arthur não, ele sofre até hoje e infelizmente despertou um sentimento de ódio pela própria irmã, mais veja, a nossa menina está bem, quem sabe ela não volte ao que era antes? Um dia ela vai cansar.

- Um dia...se aparecesse alguém que a fizesse ver isso...ver que ainda vale a pena.

- Você diz um amor? Que ela precisa se apaixonar?

- Não sei, um amor, um amigo talvez, apenas alguém fora desse meio que a ajude, que a faça enxergar, porque eu não consigo. – admite derrotada.

- Calma, vamos esperar, agora é melhor voltarmos e deixarmos as coisas no mesmo lugar pra quando ela chegar. – Estela lembra.

- Tudo bem, tenho que ir daqui a pouco pra clínica dar plantão, o Augusto já deve estar me esperando, ele é um garoto adorável Estela, sempre pergunta pela Maria Cecília, mais ela odeia ele.

Estela ri: - Essa é sua opção pra amigo/amor da nossa menina?

- Você tem algo melhor?

-  Ele é amigo do Arthur, e pra ela está fora da lista, mais seria um bom rapaz pra ela.

- Excelente pra ela. – concorda enquanto subiam as escadas.

Arthur no banho fica intrigado, como a sua mãe conseguia ver perfeição nela? Não era justo, ela não prestava, manchava o  nome da família, a imagem do seu pai e sua mãe ainda a admirava e queria que ele fizesse a mesma coisa? Não duvidava se amanhã mesmo Sônia não estivesse no orfanato vendo a obra da filha arquiteta de perto.

- Ver a obra de perto...- pensava. – se ele também visse? Se ele fosse lá admirar o trabalho da irmã? E se não houvesse trabalho? A casinha na árvore caísse e bum! Acabasse o sonho, Paloma Fortezza não deveria ser uma arquiteta de confiança, na verdade seria um perigo para as crianças daquele orfanato, e ele não poderia deixar que isso acontecesse, ninguém podia se machucar por um deslize de iniciante, e ele iria impedir isso. – ria enquanto a água caia sobre seu rosto, e mostraria pra sua mãe que sua irmã além de pessoa, não era uma boa profissional.

CONTINUA...
E aí amores? O que será que Arthur vai fazer pra destruir os planos de Maria Cecília Hein?
Mal sabe Sônia que esse amigo/amor pode aparecer a qualquer hora a sua procura...bom
Mais isso é outra história, aguardem a Vingança de Paloma no próximo Capítulo, não perdem por esperar.
Paz&Bem
Comentem certo? Quero saber a opinião de TODOS que leem (é pra isso que os comentários  são pra anônimos, mais é claro que quem é bonito, educado e respeita o meu "trabalho" se identifica e comenta)
Dois Beijos!
@_Vanesssaa_

17 comentários:

  1. AAAAA...Arthur seu nojentoo :@ O que será que ele vai fazer, hein? E eu to louca pra ver a Maria Cecilia e o Luan juntos *-*
    Posta maiis!!
    Ana Cristina (@Cris_Luanete)

    ResponderExcluir
  2. essa Paloma é bipolar,só pode! kkkk doida,mas ao mesmo tempo sensata! Sou fã dela:DDD
    Amando:)

    ResponderExcluir
  3. Ahh logo agora que os planos da Maria Cecília da casinha da árvore, estava dando certo o Arthur aparece para destruir os planos... ;//
    Só digo uma coisa se ele se vingar dela, ela não vai deixar barato... haha isso eu garanto...
    Ansiosa para o próximo capítulo!
    @MyOrgulho_LS

    ResponderExcluir
  4. Aff, me deu vontade de bater no Arthur agora ú.u To amando Nessa, posta maais

    ResponderExcluir
  5. AA logo agora que os planos da Maria Cecília da casinha da árvore, estava dando certo o Arthur aparece para destruir os planos. ;/ O que será que ele vai fazer, hein? E eu to louca pra ver a Maria Cecilia e o Luan juntos *-*
    Posta maiis!!Leitora nova: @FCNegasdoLS_DF

    ResponderExcluir
  6. cooontinuaaaaaaaa quero logo ela com o Luan poxa!!

    @laarihrafaella aqui.

    ResponderExcluir
  7. Lindo né amor, como sempre , mais o que o Arthur vai arrumar , nossa ele é muito frio, coitada da Maria Cecilia, =S , amor quando o Luan e a Paloma vai se reencontrar ? ansiosa pra isso, estou amando nega, tudo muito perfeito. - Ketlin Daiana

    ResponderExcluir
  8. Esse Arthur é muitoo chato, ele agora vai querer acaba com os planos de Maria Cecilia ...fala serio, ele é um banana u.u kkkkkkkkkkkk ...e eu quero q o luan e maria cecilia se reencontrem logo *-----* ...e ja vejo q esse Augusto vai trazer alguns problemas para o "relacionamento" de luan e maria cecilia :S ...aguardando anciosa o proximo post...bjs
    @DestinoSantana_

    ResponderExcluir
  9. Ahh o Arthur vai acabar com os planos da Maria Cecília =// Tô doida pra ver o que a Paloma vai dar de troco no Rodrigo G.G
    Letícia

    ResponderExcluir
  10. Que bom que Sônia descobriu o que a Macia Cecília faz. Viu que sua pequena Maria ainda existe.
    Arthur vai querer distribuir o trabalho,os sonhos de Maria Cecília.Alguém poderia o impedir. Talvez quando ele fosse ao orfanato visse a irmã com as crianças, visse o quanto ela faz bem para eles, e o que lá, ela é amada, é a verdadeira Maria Cecília.

    Yana Souza

    ResponderExcluir
  11. Que nervos do arthur ele nao devia fazer nada... a maria cecilia é irma dele, ele devia começar a dar lhe valor... mas sinceramente acho que so o vai fazer quando estar perto de a perder ou algo parecido... espero que o arthur nao faça nada de mal *-* e to louca para ver a Maria Cecilia junta com o luan *-* beijos maria @luans_prt

    ResponderExcluir
  12. ai que raiva do artur,eu quero ver a paloma e o luan juntos logo!
    kellys2ls

    ResponderExcluir
  13. eu não sou bonita e nem educada, por isso n vou me identificar, safadex XD kkkkkkkkkkkkk

    o unico que vai fazer Paloma acordar, vai ser o Luan ;)
    tah cada vez melhoooor a historiaaa kkkkk

    beejiiinhuuusss vanessiiinhaaa***

    ResponderExcluir
  14. aaahhh, senti faltaa do Luan nesse capitulooo :x

    ResponderExcluir
  15. AAAAAh não acredito que o Arthur vai estragar tudo... E estou louca pra ver o que Paloma vai fazer com o tal Rodrigo! haha' tô amandooooo a história! bjbj
    Mayara Rodrigues - @luan_meugostoso

    ResponderExcluir
  16. credo na boa esse arthur é um mostro cara! deuso livre ele não pode fazer isso com as crianças do orfanato,elas querem tamto isso :( alguma pessoa de bom coração vai inpedir isso né?? to com muito dó da cecelia cara! vontade de abraçar ela e disser que ela não ta sozinha :( ... que odio desse povo que fica julgando ela,ela não merece isso,não meixmo! e só pra constar a minha pessoa esta com muuuuuuuuuito odio de esse fdp de arthur ¬¬'

    ResponderExcluir
  17. Daani - @GauchitasdoLuan24 de junho de 2012 às 16:20

    Aaaai o Arthur não pode fazer isso! Não pode destruir esse projeto tão lindo da casa da árvore da Maria Cecilia, ela vai ficar sem chão :'(

    ResponderExcluir