Capítulo 17

Talvez ela nunca vá esquecer a expressão de susto no rosto daquela mulher de altura mediana, cabelos negros e longos que vestia um vestido na altura do joelho com estampas florais. Sim, ela sabia que era Paloma, desde o momento que viu o vestido curto e justo ao corpo, salto alto e maquiagem provocante ás nove da manhã. Não houve comprimentos.

- Deve saber quem eu sou e porque vim aqui. – fala sem rodeios.

- Bruna. – a mulher de beleza exuberante pra sua idade responde.

- Se me der dois minutos, gostaria de falar sobre isso. – A educação e formalidade se chocavam com a pessoa que estava de frente para Marizete, se estivesse com outras vestimentas poderia jurar que era alguém de boa índole.

- Entre. – dá espaço.

- Licença -  adentra sem prestar atenção no ambiente, sabia que era claro e como o condomínio exigia de seus moradores, a mansão dos Santana era enorme, luxuosa e bem decorada.

Marizete estava incomodada, sua expressão era de preocupação e estava pronta pra começar um interrogatório, mais a educação de Paloma, e o principal, sua frieza frearam  suas palavras e ataques.

- Sente-se. – Mostra o assento e observa a desenvoltura de Paloma em não se preocupar com o tamanho de sua roupa.

- Bom, não gosto de rodeios eu vim aqui como já deve imaginar por conta de sua filha. – a encarava nos olhos, observando sua semelhança com Luan, alguns traços que o lembravam.

- Eu sei que ela tem andado em sua companhia – ataca – e eu não gostei nenhum pouco, não quero minha filha...

- Falada? – conclui - Com toda razão -  surpreende Marizete com sua resposta – Paloma Fortezza não é uma boa companhia, e quero deixar claro que e pela Bruna que estou aqui -  era sincera – e é ela quem me procura só pra concertar o que mencionou – rebate irônica - essa foi a forma de vida que eu escolhi e confesso que não me importo para o que as pessoas pensam -  ela a olhava estranho -  nem para o que a Senhora pensa de mim nesse momento.

- Não entendo. – estava confusa -  uma menina jovem, bonita e de boa família...o Luan é amigo do seu irmão não é isso?

Paloma Começava a entender de onde vinha a curiosidade e a vontade dos irmãos de quererem ajudar, de alguma forma a sua forma de abordar a desarmou, Marizete percebeu que ela tinha um contraste entre o certo e errado, o bom e o ruim, ela confundia a todos.

Ignora a citação da mulher linda e educada a sua frente: - Não procure entender, eu apenas vim aqui pra dizer que falo a mesma coisa que você diz para a Bruna, que se afaste de mim e que não sou uma boa companhia e das vezes que nos vimos juntas foi ela quem me procurou. – Marizete a olhava com atenção -  ela...é uma garota de ouro -  sorri -  e não merece ser vista comigo, não foi por ela ser irmã do seu filho nem por pertencer a sua família, porque sinceramente? Não me importo, mais foi pela pessoa que ela é por isso eu peço que reforce o que vim fazer aqui, pro bem dela e para minha paz, não gosto de insistência, lembre que minha parte eu já estou fazendo. -  pega sua bolsa. -  acho que dei o recado.

Levanta em direção a saída, não precisou que Marizete a levasse de volta, ela permanecia sentada, pensando no que tinha acontecido uma estranha até então que tinha a pior imagem possível na cidade a procurava em favor da sua filha que insistia em querer se aproximar dela. Começava a entender, mesmo em meio do turbilhão de pensamentos o que Bruna disse sobre ela ser diferente.

Paloma para encostando-se no carro, olha o relógio e já tinha perdido seu dia de aula, não sentia a menor vontade de ir trabalhar, disca pra empresa avisando que não iria hoje, disse que estava se sentindo mal e indisposta pelo seu tom de voz, deve ter convencido, olha mais uma vez aquela imensa casa, jurando nunca mais voltar ali abre a porta e segue em direção a saída sem saber que ele observava tudo da sacada.

A melhor coisa a fazer naquele momento era ir ao orfanato, e foi o que fez, sempre andava com duas coisas básicas na mala, uma muda de roupas decente e suas ferramentas de arquiteta. Precisava ocupar seu tempo e as crianças eram a melhor coisa que existia para distrair seus pensamentos.

- Por aqui a essa hora minha filha? -  a irmã era a primeira a recebê-la dando-lhe um forte abraço – você parece triste, abatida...quer conversar? – sabia a resposta do que já perguntara várias vezes.

- Eu me sinto bem aqui. -  era a mesma resposta de sempre.

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Crianças corriam e gritavam ao seu redor. Mais seu foco era outro, embaixo da árvore olhares curiosos a observavam enquanto ela tirava as medidas e marcava numa prancheta, anotava números, diâmetros e elas entendiam pra que tanta concentração.

- Tia Cecí, quando vai começar a casa da árvore? – Uma criança curiosa perguntava enquanto as outras faziam “Xiiii” para silenciar, com cuidado para a Tia Cecília não errar em nada.

- Em breve  Camila, em breve, vai vir o feriado de março, então vou tentar iniciar vocês me ajudam? – sorria em ver o contentamento das crianças gritando e dizendo que sim.

- O tio Augusto também vai ajudar? – Camila era a mais curiosa e esperta de todas.

- Cla...claro que vai Mila, o Tio Augusto a irmã Tereza, todo mundo! – sorria tentando animar, e de fato não era mentira.

As crianças corriam pra contar a novidade para as outras, algumas pegavam o capacete de Paloma e passavam de mãos, em mãos onde cada uma tinha o deslumbramento de pôr na cabeça e brincar de ser arquiteta.

 Maria Cecília observava tudo aquilo, queria que sua vida permanecesse assim, com o sol brilhando, crianças correndo e a divertindo, com sorrisos sinceros, atitudes puras e simples, tão diferente do seu irmão, dos homens que a rodeavam e tão similar ao sorriso dele.

- Mãe, quem estava aqui em casa? – Luan pergunta ainda com a voz de sono, observava sua mãe com as mãos cruzadas e pensativa.

- Paloma Fortezza -  fala sem expressão enquanto Luan confirma sua suspeita.

- O que ela queria? – tenta fingir reprovação.

- Falar da Bruna, mais...

- Mais?

- Ela veio me pedir pra deixar a Bruna distante dela.

Sim, Luan percebe que ali existia alguém diferente, e que aproveitaria esses dias sem shows para tentar descobrir, pega as chaves e a primeira coisa ele já sabia como fazer.

CONTINUA...

Esse vai ser o pontapé inicial para o Luan tomar algumas atitudes e buscar descobrir quem de fato é a Paloma e o que ela esconde, ele será esperto e vai procurar alguém próximo que possa lhe dar algumas informações, e a partir daí  desvendar e  quem sabe se apaixonar de vez pela Maria Cecília de fato.

AGUARDEM próximos capítulos!

Kiss!

Paz&Bem

@_Vanesssaa_ 

Pessoal que mandou o link das Fics vou ler e depois divulgo aqui beleza??