Capítulo 18

Sônia tomava café na Clínica com Augusto, falavam de Paloma e suas atitudes, como de costume, ela desabafava tudo ali, e Augusto agora se segurava pra não conversar nada sobre o orfanato e sobre a esperança que tinha dela tomar jeito.

- Bom, tenho que ir, agora é com você! -  cumprimentava seu homem de confiança.

- Descansa Sônia, e fica tranquila. – sorria.

- Você sempre diz isso. – sorri agradecendo.

- Nada está perdido. – falava confiante -  ela vai voltar.

- Eu espero por isso todos os dias desde que ela resolveu mudar.

Sônia pega seu carro e vai direto pra casa, normalmente  a encontraria apenas com Estela, pois Arthur só chegava a noite e Paloma...bem, não valeria a pena descrever. 

Mais dessa vez foi diferente, na porta de sua casa estava estacionado um conversível preto e luxuoso, o que lhe causou espanto, a vizinhança tinha um certo poder aquisitivo mais aquilo era demais.

Lá dentro estava ele,  Luan Santana que desce prontamente e vai cumprimentá-la.

ANTES DISSO TUDO...

- Tem alguém em casa? – Bruna nunca perdia o hábito de perguntar, na sala estavam o irmão e a mãe. – aconteceu alguma coisa? – pergunta pela cara dos dois – o papai? – fica assustada.

- O pai tá bem Bruna – Luan responde.

- Que cara são essas? – joga a mochila e senta junto com eles.

- Paloma Fortezza esteve aqui – Marizete responde.

- Então ela veio aqui? – se surpreende.

- Você sabia?  - Luan pergunta.

- Eu vi ela hoje, fizemos uma visita técnica e...

Marizete não estava muito paciente: - Você foi conversar com ela? Continuou insistindo?

- Como sabe mãe?

- Ela contou, pediu pra mãe não deixar você se aproximar dela. – Luan olha de lado.

- Uma atitude sensata e nobre de uma pessoa como ela, e que espero que você siga  a risca, seu pai não vai gostar nada de saber disso...-faz medo.

- O papai não precisa saber, precisa Luan? – pede ajuda ao irmão.

- Não manhê, deixa o seu Amarildo ficar fora disso, hoje mesmo antes de viajar vou procurar essa Paloma – diz como se não a conhecesse – e vou avisar a ela que a Bruna vai deixar ela em paz – fala autoritário – não é maninha? – ela concorda.

- Ótimo Luan, faça isso como irmão. Vou ver se o jantar já está a caminho – levanta e sai.

- O que foi isso?  - Bruna se irrita – essa regra vale pra você também porque ela me disse isso cedo, que não quer você rondando ela. – jogava as mãos ao alto -  e eu pago o pato?

- Que se dane! Eu procurar ela e...

- E tentar ter mais um rolo com ela? – o olha acusando.

- Espera? Como? – fica envergonhado.

- Ela me contou tudo Luan, acho que ela pensa que sou boba e falando sem nenhuma educação ou vergonha me disse que – olha pros lados com medo de sua mãe estar por perto – vocês transaram – sussurra.

- Ela te disse isso? – grita e Bruna tapa sua boca derrubando-o no sofá.

- Cala a boca idiota! Ela me disse sim – falava ainda tapando a boca de Luan -  e isso não é novidade, o que e novo pra mim é você ficar atrás dela, e já que eu não posso mais descobrir algo pra você – ele a olha acusando como se não quisesse nada com Paloma – vou te dar uma dica, começa pela mãe dela, se elas não tem uma boa relação e Paloma não tem amigos, você pode ser um – sorri e Luan se assusta com as ideias da irmã, sim, ela era muito espera – espero que seja um bom ator. – levanta pega a mochila e sobe pro seu quarto.

- Bom ator – Luan lembrava seguindo as ideias da irmã  - Dona Sônia, lembra de mim? -  sorri.

- Luan? – parecia não acreditar no que via, aquele rapaz alto  e extremamente bonito encostado com as mãos nos bolsos em frente a entrada de sua casa, ele era tão normal em Londrina - Claro que sim, quanto tempo, desde...

- Desde aquele último show que fizemos nos fundos de sua casa, eu e o Arthur não é mesmo? -  sorri lembrando.

- Sim, e veja só você! Um cantor excepcional!

- E a Senhora modesta como sempre, o Arthur está?

- Ah, infelizmente ele só chega a noite, queria falar com ele?

- É -  faz cara de decepção -  mais tenho pressa – mentia.

- Vamos entrar? Tomar alguma coisa, pode ser que ele chegue mais cedo -  sorria por ter companhia.

Finge pensar na possibilidade mais já sabia o que queria: - Tudo bem, se a senhora insiste, Luan volta para o carro, aguardando o portão se abrir e adentrar no mundo dos Fortezza.

Sim, a estrutura financeira da família era bem visível ao entrar naquela casa de jardim a frente, com a grama verde e bem cuidada, alguns andares e fachada branca Luan lembrava do patriarca da família quando moravam em Campo Grande, de tocar violão e Arthur mais velho do que ele poucos anos arranhar na voz, arrancando risos do pai e de sua mãe. – Como ele não lembrava de Paloma? Ela nunca foi um assunto tratado enquanto ele estava por ali e isso era estranho demais.

- Sente-se -  aponta o sofá – desculpe estar vestida assim -  apontava pra sua roupa branca -  cheguei direto da clínica.

- Eu que me desculpo em vir sem avisar. -  sorri desconfiado -  e que o único tempo que tenho quando não estou fazendo shows e esqueço que o horário das pessoas e diferente do meu – passava as mãos bagunçando ainda mais os cabelos, estava nervoso adentrava no mundo de Paloma e era tudo novo demais.

Sônia era muito educada, uma mulher baixa, cabelos negros e de pele branca como flocos de neve, diferente de Arthur que puxara mais a descendência Italiana de seu pai:  - Ah, eu entendo perfeitamente. Quer tomar uma água? Um suco, café?

Levanta o dedo: - Água por favor!

- Só um minuto. -  retira-se e Luan logo levanta indo observar algumas fotos que estavam expostas no aparador da sala.

Ele procurava por fotos de Paloma, e encontra duas, a menina loirinha de olhos...verdes? Sim, olhos verdes sorrindo por estar no colo do pai, e outra ela brincava num monte de areia e ao seu lado Arthur de bicicleta, os dois pareciam bem, felizes e unidos.

- Ela era uma criança linda não é mesmo? -  Sônia o surpreende com a água.

Luan pega o copo que estava numa pequena bandeja: - Não lembro das vezes que estive aqui de terem falado dela. – a olha confuso mais expõe sua dúvida.

- Você a conhece?

- Sim, vi ela numa noite dessas na boate do Arthur -  a expressão de Sônia era decepcionada e triste.

- Ela estudou muito tempo fora, quando voltou aconteceu toda aquela história do falecimento do pai e realmente, das vezes que esteve conosco nunca pode conhecê-la.

- Mais o Arthur? Nunca me disse nada!

- Eles não se dão bem.- admite.

- Sinto muito. – era sincero e se comove com o semblante de Sônia.

Respira fundo: - É difícil demais, só que ainda tenho esperanças que a minha menina volte outra vez.

- Ela é muito bonita, sempre foi... – pega a foto observando aquela figura mais de perto.

- Vocês teriam se dado bem quando criança, ela é diferente do Arthur, era uma criança dócil, amável, inteligente...até...

- Até?

- Não quero contar  - Luan estremece, logo agora que iria saber mais sobre ela -  é pessoal.

Insiste na tentativa de conseguir alguma informação: - Eu tentei me aproximar dela, ser amigo mais...ela é difícil. – usava de sua sinceridade pra ganhar a confiança de Sônia e fazer com que ela continue a história sobre Paloma.

- Nem sempre foi assim – convida Luan para sentar - e foi um choque quando ela entrou aqui em casa com um palmo de roupa, bebendo e fumando muito.

Essa era a chance que Luan tanto queria, a Sônia era a melhor pessoa pra desvendar-lhe o segredo daquela mulher: - Eu queria entender, ela parece sofrer...mais é pessoal demais e eu não sei porque estou conversando sobre isso. Veja só como a Senhora ficou? – Toma mais um gole da água -  me desculpe, eu tenho que ir agora, depois eu apareço por aqui ou procuro o Arthur em outro lugar.

- Não tem problema, fique mais um pouco ele chegará logo. – insiste.

- Não, eu prometo aparecer, mais diga que estive aqui certo?

- Luan – ela interrompe ele que já chegava na porta muito confuso –pode me contar como conheceu minha filha? – sabia que ela tinha dúvidas se ele tinha algo a mais com ela, mais não contaria.

Ele sorri, sabia que tinha dado o ponta pé inicial pra o que queria, agora era só saber usar as palavras e não mentir.

- Bom – ele volta a olhando – eu a conheci na boate do Arthur – não contaria o que realmente aconteceu – e percebi desde o principio que ela queria irritar ele de alguma forma ela me usou pra isso. – admite.

- Ai meu Deus, me desculpe por isso! – Leva uma das mãos a boca - O que a Maria Cecília fez?

- Como disse? – Luan fica confuso e Sônia percebe que ele não sabia da verdadeira identidade da sua filha.

- Ai, a história é longa, mais continue ao término eu contarei porque a chamei assim.

- Então, ela tentou causar ciúmes, ou chamar atenção do irmão e acho que coseguiu -  ri admitindo – mais o que mais me encantou, foi perceber que ela não é o que aparenta ser – Luan observava a atenção que Sônia o ouvia, parecia que ela quem precisava saber mais sobre Paloma e não ele – ela é diferente, parece esconder algo, ela ajudou minha irmã um dia desses e isso mudou muito minha visão sobre o que ela é.

- O que ela fez pra sua irmã? – seus olhos brilhavam.

- A defendeu de uns caras, e não quer que a Bruna se aproxime dela pra não manchar – faz aspas – a imagem dela em sua companhia.

- Eu sabia que minha filha nunca mudou! Sabe, andei olhando as coisas dela um dia – Luan franze as sobrancelhas – ela é voluntária num orfanato e está trabalhando, não sei porque insiste em usar esse disfarce ridículo, eu já cansei sabe? Mais ainda me preocupo muito quando sai a noite e sei que ela bebe, enfim – Luan processava tudo aquilo, Paloma voluntária de um orfanato? Era isso mesmo? – Sabe, fico feliz em saber que quer ser amigo dela, mais ela é difícil...

Ela realmente acreditava no papo de amigo? Ele só queria saber mais sobre ela, pra usar isso a seu favor e conseguir mais uma chance. É isso que você quer não é Luan? – Sim, é difícil mais posso tentar. – responde a pergunta de Sônia.

- Tem certeza que só é isso? – parecia que ela enxergava além, por um instante viu Sônia imaginando os dois numa cama.

Mantém a palavra: - Eu quero ajudá-la, sinto que ela precisa quero ser seu amigo ou talvez ajudar o Arthur e ela a se entenderem, tenho irmã e sei como é importante a união, quero ser um mediador. – Ela realmente vai acreditar? Você tá nervoso cara!

- Ah meu caro, não sabe como fico feliz em ouvir isso,o Arthur não ajuda em nada, sabe, ele nunca gostou da irmã, Maria Cecília sempre foi uma menina adorável e tomou todo meu carinho, acho que ele sente ciúmes e levou esse sentimento consigo até hoje mais deixa eu explicar do início...

Luan a interrompe: - Porque Maria Cecília? Quem é essa? – fica confuso, seria outra irmã?

Sônia ri: - Maria Cecília e Paloma são as mesmas pessoas Luan, ela adotou esse nome assim que o pai morreu.

- Como assim? Paloma não existe é isso? - pensava- Ela assumiu outra personalidade? 

- Não posso explicar isso, apenas ela vai te dizer um dia caso queira, é muito pessoal, mais sim, o verdadeiro nome dela é Maria Cecília e mudou radicalmente depois da morte do pai, como se não quisesse ter existido ela sempre foi carente da sua atenção e...

Abrem a porta, ambos olhavam na mesma direção, achavam que era Arthur mais havia três rostos surpresos ali, só que dois observavam a garota loira, de calça jeans, camiseta de flanela e cabelos soltos soltando uma caixa de ferramentas ao chão, ela não esperava encontrar pessoas em sua casa, ainda era cedo e a pegaram desprevenida não entrou pela garagem, sairia dali a horas e por isso não viu o Porshe de Luan.

- Boa tarde. – cumprimenta seca enquanto subia as escadas acompanhada por quatro pares de olhos que a seguiam.

- Bom, não podemos continuar. – Sônia se desculpa.

- Acho que ela não gostou de me ver aqui. – morde o lábio, arrependendo-se de ter pisado ali.

- Vai ter que acostumar, porque você vai vir nos visitar mais vezes não é?

- Sempre que me convidarem. – sorri com a ideia.

- Avisarei ao Arthur que esteve aqui, ou não queria falar com ele? – suspeita do interesse de Luan.

- Não, quero sim, precisamos fechar uns acordos. – isso era a segunda parte do plano que Luan arquitetava e tinha segurança pra falar.

- Obrigada Luan, e te ajudarei no que for preciso. – abraçava-o se despedindo.

Luan partia com a sensação de dever cumprido, mais estava surpreso: - Maria Cecília? Esse era seu verdadeiro nome? Orfanato? Trabalho? Olhos verdes? Lmebra dos mesmos olhos naquele dia na pracinha enquanto chorava. O que mais precisaria saber, além do nome e do fato dela nunca ter tido carinho do pai? A história era mais longa do que parecia, as roupas dela também não passaram despercebidas por ele.

- Inferno! O que ele estava fazendo aqui? Falando com a Sônia? Isso é algum tipo de provação meu Deus? Já não basta meu irmão, o medicozinho querendo bancar meu amigo, a Bruna e agora mais essa? O que falta mais acontecer? Ele não trabalha? Não tem show pra fazer? Inferno!– Falava irritada enquanto jogava suas roupas no chão e entrava no banho, iria sair aquela noite e torcia pro Cantorzinho não cruzar o seu caminho mais de uma vez num dia. O que parecia quase impossível porque o destino brincaria mais uma vez.

CONTINUA...

Amores, postei mais cedo hoje porque a noite não vou estar em casa (peguei um intervalozinho e corri aqui) Bom, o que esperam de um Luan insistente ao encontrar Paloma a noite já sabendo de alguns de seus segredos? Hahaha, comentem pra saber!

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Segue algumas Fic's como indicação de Leitura: 

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http://www.lsmeensinaatervc.blogspot.com.br/ Luan me ensina a ter você

Acho que não esqueci ninguém!!

Boa Leitura AMORES!

Paz&Bem

@_Vanesssaa_