Capítulo 7

Como não se encantar por ela? Luan pensava enquanto caminhava sendo puxado por sua mão – impossível !- Suas atitudes não eram como a das outras garotas mais sabia que tinha algo a mais do que vulgaridade correndo naquelas veias, ela era instigante, muito dona de si e porque não forte. Já que manter essa pose não era fácil, e se perguntassem-no a resposta seria sim, ele confiava nela mesmo o advertindo, o perigo é uma bela mistura quando se atrela ao desejo.

 

- Pra onde vamos? – Luan pergunta já fora da boate.

- Você disse que confiava em mim não foi? -  ele para -  mais não se preocupe, não vai ser em uma pracinha tá? – ri alto – seu conversível não merece ficar ao relento. – tinha malícia nos olhos.

- Não? – Luan pergunta em dúvida.

- Não, relaxa e me segue. – continua caminhando.

Começaria a pôr em prática o que planejou e essa era a hora: - Não tô a fim. – ele fala parando, fazendo-a parar também e a deixando confusa.

- Como? – pergunta sem entender.

Era isso que ele queria, causar confusão com seus sentimentos e ações, desarmá-la: - Da ultima vez você quem decidiu – tombava a cabeça de lado procurando as palavras certas - e eu segui você de boa, mais dessa vez eu quero levar, fazer as honras se isso é possível com você -  ri e ela fica surpresa com sua atitude -  confia em mim?

Pensa: - Então você quer comandar a situação? – seus olhos brilhavam – olha tenho que te confessar que você é...ousado demais em exigir isso.

Luan começava a pensar que não daria certo e agora o que faria? Desafiar – Essa era a jogada com Paloma e arriscaria mais uma vez: - Do que você tem medo Paloma? 

- Medo? – o olha em dúvida.

- É medo, você não se acha segura o bastante para se deixar levar por mim? – ela o fitava mais surpresa do que com medo, ninguém nunca tentou isso, e quando quis ela não deixou, tudo era a sua maneira – Deveria tentar outras maneira de...

- De? – pergunta enquanto Luan achava a palavra certa.

Não conclui a deixando curiosa: - Afinal, você confia ou não em mim? – a olhava sedutor .

Ela pensa por segundos, ele estava a desafiando e a achando incapaz de seguir adiante ali com ele? – pensava – eu gosto de desafios!- ri com ironia e responde por fim - Eu  não deveria mais...Confio em você. – no fundo ela gostava de joguinhos.

Luan não se surpreende com sua resposta de fato não esperava que ela concordasse tão rápido e achava que teria que argumentar por mais tempo e no fundo temia por isso.

  - Isso é bom. – Luan admite satisfeito.

 - Não, não é bom. -  fica indignada, como se estivesse numa luta interna, sobre o que é certo ou não fazer.

- Porque? – não resiste e pergunta mesmo sabendo que poderia não ter resposta.

- Sem perguntas! – ele não se surpreende mais ela do contrário do esperado responde: -  mais eu prometo responder essa, quando estivermos longe daqui.

Ele a olha arqueando as sobrancelhas, enquanto Paloma achava que dali a minutos Luan estaria distraído o bastante pra lembrar disso, Luan se tratava de não esquecer e cobrar a resposta - Tudo bem, me siga então meu carro é ...

Ela não deixa ele concluir: - Não vai ser difícil de ver um Porshe preto circulando por Londrina, eu garanto – Luan ri enquanto ela vira-se para o lado esquerdo do estacionamento mais é puxada por sua mão que a deixa de frente para ele, perto demais.

- Não pode esperar mais alguns minutos Luanzinho? – acariciava seu peito forte com a ponta do indicador em um movimento de sobe e desce ritmado. 

- Você não vai fugir vai? – que pergunta mais idiota Luan! – brigava com seus pensamentos.

- Não, não vou fugir  - sussurra ao seu ouvido – porque eu também quero isso, e já que você vai tomar as rédeas, prove que é bom o suficiente pra mim! – ri sexy piscando o olho e caminha pro seu carro enquanto Luan respirava fundo numa mistura de ansiedade e desejo fora do comum. Sim, tinha conseguido e faria o possível para ser inesquecível.

Paloma fazia seu teatrinho mais  estava desconfortável, tentando entender o que estava acontecendo, afinal aonde iriam? Algum Motel? Já que pegavam a rodovia pra fora da cidade? Deveria ter medo? Não, até onde sabia da fama de Luan ele não era um maluco psicopata – riu um instante lembrando que já tinha saído com caras com confiança zero, e numa escala de zero a cem Luan estava no nível cem não tinha dúvidas – o problema era que ela quem estava infringindo as regras não deveria deixar ele comandar, isso era sua função, em sua cabeça estaria submissa a ele, o que deveria ser o contrário. Mas se realmente não o queria ver mais e se ver livre de uma vez teria que concluir aquilo, assim ele não poderia contestar mais um encontro, era ela que estava em dívida.

Luan liga a seta sinalizando a direita, anda mais um pouco e para em frente a uma casa visivelmente desabitada mais que era cuidada, fachada limpa e luzes acesas com poucos vizinhos. Ele quem desce do carro primeiro e vai ao seu encontro.

- Humm – desce do carro observando a fachada -  de quem é essa casa?

- Minha – Luan fala pegando as chaves – não se preocupe que...

- Eu sei que seus pais não moram aqui Luan – fala como se isso fosse óbvio -  não é difícil saber que você mora em um condomínio luxuoso, quase do tamanho de Londrina, enfim,  mais porque essa casa?

Começava a explicar: - Nos moraríamos aqui, mais depois que comprei achei melhor proteger minha família em um condomínio fechado e...

- Eu entendi a palavra proteger Luan, todo mundo merece um pouco de vida normal, apesar de não achar graça em correr atrás de alguém, chorar, ser fanática mais.... – sobe um degrau da escada – estamos conversando demais, não vai me convidar pra entrar? Confesso que vai ser uma experiência diferente, numa casa desabitada. – seus olhos agora queimavam nos de Luan, que girou a chave e riu por alguns segundos, mais a surpresa de Paloma o fez parar – móveis?

- Imaginou o que? – questiona.

- Piso e parede apenas... com pouca iluminação e ainda vestígios de cimento, tinta e obra! Gosto de coisas assim, lugares e situações estranhas, inusitadas, é mais emocionante -  ria meio sexy.

- Bom se você lembra, você se propôs a experimentar a minha maneira hoje.

 Paloma que estava próximo a porta vira e a fecha jogando as chaves no chão  - Não vamos perder tempo, a noite não é tão longa assim, se é que me entende, o que você tem pra me oferecer? – o beija mais Luan interrompe 

- Você me deve uma resposta. – ela lembra e faz cara de tédio.

Dá uma volta acariciando seu corpo com o dedo indicador  - Tá bom, eu estou infringindo minhas regras deixando você comandar e estou extremamente desconfortável. – tinha sido sincera demais.

- Prometo não contar a ninguém isso certo? Mais já que depois dessa noite não vamos mais nos ver...

- Que bom que tem total consciência disso. – concorda mais Luan tinha algo mais pra falar.

- Eu quero tornar esse momento também inesquecível pra você, se é que me entende.

Fala alto e em tom assustado: - Não, não entendo. – começava a ficar confusa e isso não era bom ele falava como se fossem um casal, como se tivessem num encontro romântico ou coisa parecida e isso era bom ao mesmo tempo que dava medo.

- Posso te mostrar? – fez a mesma pergunta que ela fazia todas as vezes, só que com um sorriso a mais no rosto, satisfação por ver ela sem entender nada totalmente perdida.

- Deve. – responde sem medo.

- Então vem comigo -  a toma pelos braços a surpreendendo ao ser carregada por ele enquanto subia as escadas não parou um segundo de beijá-la, parou no corredor a encostando na parede, colando seu corpo no dela e acariciando cada parte do seu corpo, Paloma gostava disso, ela se transformava, como quem encarna uma personagem, ficava ainda mais ousada como quem tem sede e Luan parecia saber exatamente como saciá-la . Ambos queimavam de desejo, a respiração ficava ofegante e os movimentos urgentes.

- O que acha disso? – ele questiona.

- Um ótimo começo! – fala ofegante.

- Arrependida?

- Não até agora!

- Então vem - Luan empurrou a porta com o pé e entrou num ambiente a luz de velas, todo em um tom vermelho, era quente, as cores, o lugar e seus corpos.

- Temos uma cama?  - se surpreende - Você preparou tudo isso? – ele faz que sim -  Como sabia que eu viria não ? -  ele a beija mais uma vez.

- Bem melhor que uma pracinha não acha? Esse é o meu jeito particular, gosto de ambientes ousados mais não dispenso uma cama – ri descontraido– mais eu tinha dúvidas se realmente viria, era um risco. – admite.

- Sabe...eu não ligo tanto para lugares – se aproxima o puxando para si e o beijando -  pode ser cama, chão, praças...eu ligo pro que vamos fazer agora.

Ele retribui o beijo e em um segundo  estava em cima do seu corpo, passando suas mãos hábeis por sua cintura, levantando sua blusa e parando: - Eu disse que seria diferente hoje, me programei pra isso. – sorri provocando. – eu gosto das coisas com calma, devagar onde podemos apreciar e sentir cada instante. – falava com experiência.

Paloma ri alto enquanto Luan levanta: - Qual a próxima cartada?

- Gosta de vinho? – abre o frigobar e tira uma garrafa, já tinha duas taças posicionadas, ele as servem e a entrega uma brindando.

- Humm, excelente vinho, mais vamos direto ao ponto Luan, eu não sou boba e o que você quer de mim. – ele se assusta.

- Você sabe que o que eu quero você também quer. – foge do assunto.

-Nana nina não! Não me esconda porque eu já saquei, velas, vinho, esse papinho de inesquecível e tudo mais, não duvido, mais tem algo por trás disso tudo e eu quero saber o que é, gosto de jogos, mais quando eu dou as cartas. – conclui.

Luan não responde, procurava ainda o que falar, na verdade nem ele mesmo sabia o que queria, sabia apenas que não era apenas sexo.

-Estou aguardando Luan – acaricia suas pernas com a ponta dos dedos causando-lhe arrepios. -  Não vai me responder? – fala com voz de criança com dengo e fazendo biquinho, Luan permanece em silencio apenas observando a mulher a sua frente – Ok, não  vamos prolongar mais certo? Sei que você quer mais isso do que eu, sou toda sua. – repousa seu corpo na cama.

 Ele não demora parte pra cima dela derramando todo o vinho a beijava rápido, com pressa e cheio de desejo, ela consegue se livrar da sua camisa, cravando suas unhas em suas costas o fazendo gemer, uma mistura de dor e prazer. Luan se desfazia dos botões de sua blusa, descobrindo sua pele branca e macia, acaricia seu corpo com as mãos trêmulas, ela era perfeita, talvez feita especialmente a mão. 

Seu cheiro doce inalava por todos os lados e ele se embriagava com aquele perfume, Paloma não deixava de admirar o físico do parceiro: costas largas peitoral definido em expressões de anjo que hora se misturava com a ousadia e experiência daquele homem, sim, um homem o qual nunca viu igual. Ele era perfeito, desde a sua forma de olhar, tocá-la até como sorria e fazia expressões de prazer e satisfação. Todas as duvidas foram esquecidas por Paloma, focando apenas no que estavam fazendo, aproveitando o momento.

- Deixa eu te mostrar o que sei fazer de melhor, garanto sim que vai ser inesquecível. – Luan sussurrava em seu ouvido, não tinha discussão, ele sabia o que fazia e ela se deu por vencida, se rendendo  totalmente aquele homem.

Paloma tinha desejo nos olhos e por aqueles instantes Luan não viu nenhum sinal daquele gelo, apenas uma mulher incrível que se entregava pra ele. Ela levantou sendo observada pelos olhos atentos de Luan e pegou mais uma taça de vinho, derramando por sobre seu corpo que estremecia a cada toque sutil de sua língua.

- Está vendo? Não precisamos de taças. – ria.

- Não tem graça se você tomar todo o vinho Paloma -  Luan num giro rápido a prende embaixo do seu corpo -  eu também quero.

- Toda sua, o vinho e eu. -  ri provocante.

Mais sim, foi diferente do que ela pensava não tinha como negar Luan era diferente, ele era cuidadoso demais, não tinha pressa na verdade parecia que ele queria que aquele momento durasse uma eternidade, a beijava com delicadeza, até suas mordidas de leve na sua nuca tinha um toque de sutileza, a forma com a qual percorria suas mãos em seu corpo, como segurava seu cabelo, como a beijava,  como a olhava, aqueles olhos cor marrom chocolate queimando nos seus, ninguém nunca a tinha tratado daquela forma, e por um instante acreditou que faziam amor, ao invés de apenas transarem.

Suor, calor, gemidos e prazer. Por fim o cansaço, dois corpos extasiados caídos lado a lado, já devia ser tarde, as velas já começavam a perder sua chama, algumas já apagadas, de olhos fechados ela sorria involuntariamente. Bom? Era muito pouco, perfeito era a palavra certa – pensava enquanto sentia os lábios de Luan tocar sua nuca suada. -  foi quando ela se deu conta que não foi apenas uma vez, aquilo se repetiu por toda a noite, havia mais do que desejo ali, nenhum queria se desfazer daquele momento e poderiam passar dias se rendendo um ao outro. - Não pode se permitir sentir Paloma, isso é errado, sem sentimentos ok? Fria... - pensava em seguida entrando em conflito.

- Eu preciso de um banho. – Paloma levanta em direção ao banheiro, não tinha vergonha enquanto Luan observava seu corpo nu.

- Eu acho que também preciso de um banho. – fala com a voz ofegante e cansada.

- Aqui tem mais de um banheiro? – pergunta e Luan entende o que ela queria dizer, a separação já começaria ali? – indagava mesmo depois de tudo que passaram?

Depois de devidamente vestida, ao entrar no quarto percebe Luan apenas de toalha sentado na cama, a aparência de cansado estava evidente em seu rosto, observa que a manta da cama estava manchada em um leve tom roxo.

- Me desculpe pelo vinho -  falava sem nenhuma culpa e como se nada estivesse acontecido, enquanto tomava banho sua vontade era de puxar Luan pra o micro espaço que estava, sentir seu beijo, seu toque, e todas as sensações que ele lhe proporcionou aquela noite.

- Você já vai? -  Luan estava confuso, eles tinham acabado de transar e ela o tratava daquele jeito? Indiferente.

- Você não vai? – joga outra pergunta.

- Não gosto de despedidas – Luan admite.

- Você sabia que seria assim – ele concorda – mais eu espero você dormir, não vai demorar muito pelo seu estado -  zomba.

- Então deita aqui comigo, eu ainda tenho direito a isso não tenho?

- Você está se achando cheio de regalias não é Luan Santana? – ele ri. – ok, até você dormir...- deita ao seu lado.

- E depois?

- Não nos veremos mais, melhor, podemos até nos ver, mais sem nenhum toque, como já sabe das regras...

- Apenas uma vez. – confirma.

- Exatamente.

- O que você achou? – pergunta em dúvida.

- Você conseguiu me surpreender!

Como Paloma pensava ele não demorou a dormir se não estivesse repassando tudo que viveram ali naquele quarto teria apagado junto com Luan.  Levantou, pegou sua bolsa calçou seu salto e como de costume se aproximou dele e sussurrou em seu ouvido mesmo sabendo que ele não poderia ouvir, pois dormia: - Obrigada pela noite, sim, foi inesquecível, perfeita mais regras são regras – respira fundo – adeus – o beija com delicadeza na bochecha inalando seu perfume e sentindo um pouco mais daquela pele em contato com a sua e sai dali sem olhar para trás, tinha sido sincera em suas palavras, só não sabia que Luan ouvia aquilo tudo, que não dormiu com medo de perder cada segundo ao seu lado, inalando o máximo que podia do seu cheiro, sentindo o seu calor e rindo de satisfação por ter sido perfeito pra ela, mais ao mesmo tempo odiando ouvir aquele adeus. Agora tinha noção de como seria mais difícil se ver longe dela ou saber que outros teriam a oportunidade de senti-la como ele sentiu o que ele não sabia é que a partir de agora, seria difícil Paloma ser de outra pessoa como se entregou pra ele, e isso, ele e ela custariam a descobrir.

CONTINUA...

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