Capítulo 23

Luan estava num carro preto tão comum perto do seu Porshe, mais não estava sozinho ao seu lado estava um homem meio calvo e logo atrás mais duas pessoas que não identificou, estavam tão assustados quanto ela, quando um abre a porta e desce tentando apaziguar a situação.

 

- Calma moça, está tudo bem? Olha a chuva e a visibilidade...

Encara a figura alta e magrela a sua frente e continua: - Escuta aqui, não vem defender esse cantorzinho não tá? – quando estava com raiva esquecia dos seus sentimentos por Luan, ele gostava de tirar ela do sério e odiava isso -  Isso é imprudência, faróis altos numa via movimentada chovendo? Poderia ter causado um acidente.

O homem se assusta, ela tinha reconhecido Luan, que não fazia nada, ria da situação inusitada de encontrar Paloma, com a mão a boca e braço apoiado na porta observava tudo, Arnaldo se molhando e Dagmar logo atrás pedindo pra irem embora, Anderson já ia descer mais Luan o parou, queria ver até onde iriam.

- Me desculpe, se causamos algum dano pode passar amanhã no escritório e...

Ela evitava olhar para o magrelo – pensava assim, sabia que estava tentando ajudar, o que a irritou foi Luan não ter resolvido a situação  ele quem dirigia, ele quem devia estar se molhando e não aquele – Bobo da corte! – cospe olhando pra Arnaldo e virando-se para seu carro, não perderia mais tempo com aqueles idiotas, liga o carro enquanto os quatro a observavam sair cantando pneus.

- Maluca mal educada! – Arnaldo reclama gritando com ela ainda do lado de fora.

- Entra logo Junior, vai se molhar todo – Luan ria arrancando olhares curiosos dos três.

- Do que você tá rindo? Ela te reconheceu sabia? E isso pode cair contra você! – Arnaldo reclamava.

- Ela não vai fazer isso gente. – falava tranquilo.

- Luan, isso vai causar problemas, e Dagmar trate de pensar em algo, caso isso repercuta. – Anderson advertia. – O Luan não pode ser visto como um imprudente – ela concordava.

- Calma gente, não vai acontecer nada – ligava o carro.

- Porque tem tanta certeza? – Arnaldo tentava se secar com uma flanela que Luan tinha-lhe jogado.

- Essa era a Paloma Fortezza – os três arregalam os olhos – Mais daqui a pouco vão entender, quando chegarmos ao nosso destino. – ria com a ideia.

- Idiota, idiota, idiota! Sínico! – reclamava diminuindo a velocidade – ele sabe me tirar do sério! Mal disse uma palavra, e eu gritando feito louca enquanto o bobo da corte, porque só pode ser né? Pra defender o cantorzinho! Cheio de babás, mimos e cuidados! Bem que eu deveria denunciar isso a imprensa, mais ele sabe que eu não vou fazer isso, por isso não perdeu tempo! Eu te odeio Luan!

Parava em frente a sua casa enquanto o portão abria lentamente, precisava de um banho, suas cobertas quentes e dormir, amanhã encarnaria Paloma de novo e queria guardar as sensações boas que teve durante o dia com as crianças e Augusto no orfanato.

Chega em casa, vê o carro do irmão e estranha pelo horário em pleno domingo se encontrar em casa, a mãe também marcava presença: - Hoje não era dia de plantão? Augusto ficou em casa e...Droga! Tinha que fechar minha noite com chave de ouro e nessa chuva nem dá pra sair... – entrava em casa deparando-se logo com o irmão e Sônia, observavam suas roupas molhadas e sujas de lama, não se prende aos olhares de interrogação e já ia subindo as escadas.

Arthur rompe o silêncio - Ei, ei! Tenho um recado – ela trava no meio da escada virando-se devagar sem dizer uma palavra a quanto tempo não ouvia o irmão lhe falando diretamente? Sônia estava de braços cruzados observando a cena – iremos receber visita.

- Você vai receber visita. – o encara com tédio.

- Não, eu disse iremos e isso infelizmente inclui você. – aponta.

- Não se preocupe, me considero exclusa disso tudo, me poupe Arthur! – sobe mais dois degraus.

- Estaremos esperando aqui embaixo, é um jantar de negócios muito importante para mim – ela ouvia de lado sem o encarar – e peço encarecidamente que desça a mesa, vista uma roupa descente, seja educada e finja que somos uma família unida, feliz e perfeita.

- Ah, fingir? – observava a formalidade que eles estavam vestidos, seria mesmo importante -  Problema seu se marcou jantar de negócios aqui em casa, não sou obrigada a participar desse teatro e hoje? Tô sem saco, se eu descer vai ser pra arruinar tudo isso!

Sobe batendo os pés com força – Ótimo Paloma, chuva, lama, fobia do Augusto, como não poderia faltar o Luan e agora essa de jantar. O que falta mais acontecer hein? – entra no banho, deixando a água quente escorrer-lhe pelo corpo acalmando-lhe os nervos e a tenção que se formava. – Quem será os convidados ilustres? Para Arthur vir falar comigo deve ser importante, você pode descer Paloma e fingir ser uma menina linda, doce, e educada que faz parte de uma família perfeita, ter o Arthur por alguns momentos em suas mãos, pois ele estará com medo do que você pode aprontar – ria – isso me soa perfeito, Arthur com medo... – sai decidida do banheiro procurando algo para vestir, encontra um vestido de alcinha na altura do joelho em estampa florida, com minúsculas florzinhas em várias cores num fundo azul, por cima põe um casaquinho de lã branco, solta os cabelos que acabava de secar, põe sua sandália alta em camurça azul e fecho dourado, não demora na maquiagem fez uma coisa bem natural, olhava no espelho e não reconhecia aquela figura, fazia tanto tempo que não se vestia assim, e se não fosse as lentes de contato juraria que era Maria Cecília. – Vamos brincar de teatrinho Arthur! Serei a irmãzinha caçula perfeita pra você hoje – ria passando um pouco de perfume, escutava barulho, vozes abafadas, já deviam ter chegado e não era apenas um, eram vários. – ótimo chegou a hora do circo – sorri retocando o batom e fechando a porta.

Caminhava devagar, ensaiando seus sorrisos e olhares, ouvia a conversa: -Obrigada por virem, é um prazer recebê-los em nossa casa – Sônia os cumprimentava.

- Uma voz masculina estranha responde: - Nós que agradecemos pelo convite.

- Bom, sintam-se em casa, preparamos um cardápio excelente, temos um bom vinho e depois podemos conversar na lareira tomando o bom e velho Tererê. –Arthur dizia e batia nas costas de alguém a pessoa a seu lado parecia concordar.

- Já estamos todos aqui? – Sônia falava e juntava as mãos – vamos até a sala de jantar, já vamos servir.

- Vamos nos acompanhem – Arthur apontava na direção.

- Calma, ainda falta uma pessoa – Paloma descia o último degrau e via a aglomeração de pessoas na sua casa, três homens e uma mulher, ainda não os reconhecem – falta eu maninho – sorri educada – Arthur virava-se tão surpreso quanto Sônia com a aparição da irmã que continuava a sorrir, junto com Arthur os outros quatro rostos viravam – Boa noite – ela cumprimenta educada olhando um a um e quase desfazendo o sorriso ao seus olhos encontrarem os olhos dele. – Não pode ser – pensava – ali a sua frente estava o magrela com quem discutiu, a mulher que estava dentro do carro, o homem calvo e Luan, vestido numa calça jeans escura, camiseta branca e jaqueta azul chumbo por cima, com as duas mãos no bolso e alguns dedinhos de fora a encarava, sabia que notava suas vestimentas e seu humor, saberia ele que estava fingindo?

 Com um sorriso de satisfação e ousadia Luan rompe o silêncio – Boa noite Maria Cecília – Arthur arregala os olhos– Como ele sabia? O que ela tinha feito com ele? Estavam tendo algum caso?

 

- Boa noite Luan, é um prazer receber você e seus amigos em nossa casa! – se aproxima do irmão e de Sônia – sejam bem vindos.

Todos se surpreendiam com aquela figura linda e educada a sua frente, e se soubessem quem ela era de fato? Arnaldo observava aquela voz e aquele rosto, parecia tanto com a garota de logo cedo. – Não, Luan disse que ela era Paloma Fortezza, essa é Maria Cecília, uma moça de família e educada. Ele deve ter confundido os nomes, ela está pirando ele. – Arnaldo pensava.

- Você está linda – Luan a abraçava inalando o máximo de perfume sob os olhos espantados de Arthur, orgulhosos de Sônia e de dúvidas dos outros três. 

- Você também está muito elegante Luan.  – sorriam enquanto ela cumprimentava os outros que se apresentavam, Dagmar a assessora, Anderson o empresário e Arnaldo que trabalhava na Central de fãs do Luan.

- Arnaldo?   - ela sorri.

- Mais pode me chamar de Júnior.

- Júnior é bem melhor, mais familiar não é mesmo? – todos estavam encantados com a voz, beleza e educação daquela garota, principalmente Luan, hipnotizado pela verdadeira Maria Cecília.

- Bom, vamos até a mesa. – Sônia os convidava.

Os donos da casa seguiam a frente enquanto os convidados sussurravam logo atrás.

- Luan, essa mulher parece com...- Arnaldo perguntava.

- São a mesma pessoa Junior. 

- Essa é a Paloma Fortezza? – Arnaldo se surpreende e esse detalhe não passa despercebido pelos outros dois.

- Sim, agora me entende?

Arnaldo não respondeu, mais entendia. Ela era encantadora, além de linda era fascinante, seu olhar, sua voz, educação, gentileza. Maria Cecília era culta, e entendia que Luan enxergou isso nela, o que ele e os outros fariam durante a noite? Conhecer Maria Cecília Fortezza. Mais a noite estava apenas começando...

CONTINUA... 

Muitas coisas vão acontecer nessa noite amores...

E ela está apenas começando, AGUARDEM!

Comentários??

Sugestões?

Paz&Bem

@_Vanesssaa_