Capítulo 27

- Desligou. – fala colocando o celular no colo.

- Era a irmã?

- Sim, queria saber onde estávamos, parecia nervosa ou que tinha chorado. – Augusto acelera pegando a estrada de terra. – cuidado pra não atolarmos.

- A tração do meu carro é melhor que a sua!

- Rá, me lembre de não te dar mais uma carona entendeu?

- E suas visitas?

- Nem me lembre, odeio fazer teatrinho, melhor, fazer favores pro Arthur!

- Maria Cecília, quando vai tomar jeito? Acho que esse Luan meche com você!

- Você pirou Augusto? Ele sim vive atrás de mim mais...

- Mais?

- Não dá ok? - Não nasci pro amor e nem quero isso! – pensava -  Por favor? Vamos pensar nas crianças? Tenho medo que...

- Nada aconteceu ok? Não vamos pensar no pior – a estrada de terra chegava ao fim e mesmo em meio a chuva e a névoa era possível enxergar a entrada do orfanato.

Luan dirigia devagar, passava pouco tempo em Londrina e temia se perder: - Nunca andei por aqui – falava sozinho – cara, porque eu to fazendo isso hein? Eu poderia estar agora em casa assistindo um filme com a Bruna, a mãe e o pai, enrolado numa coberta comendo pipoca mais não, to aqui numa chuva daquelas, no carro do Anderson  - acha a estrada de terra – correndo o risco de atolar. Aonde essa estrada vai dar hein? 

Acelera o carro, fazia tempo que não andava na lama e mal sabia que o carro de Anderson não tinha preparo para esse tipo de terreno, na metade do trecho o carro para.   

- O que tá acontecendo hein? – olhava pra estrada escura – ah não, não, não carrinho, anda vai! – acelera e a roda começa a afundar na lama – ótimo! Agora você não sabe nem se ela está mesmo por aqui e pior, vai ficar preso até amanhecer! – abre a porta e vê o pneu afundado na lama – bem feito Luan! Sabe o que eu acho? Eu acho é pouco! – bate a porta e trava – Anderson vai me matar – passava as mãos na cabeça aflito.

Augusto e Maria Cecília não entram com o carro, deixam ele no portão e correm até o orfanato a imagem era triste de ver, na varanda estavam 30 crianças assustadas enroladas em suas cobertas enquanto a irmã Tereza cantava tentando acalmá-las, suas carinhas eram de medo mal disseram uma palavra quando viram Cecília e Augusto.

- Irmã, o que aconteceu! – Maria Cecília perguntava aflita.

- Ah queridos ficamos aqui fora aguardando vocês, não foi nada tão grave, a parede do quintal caiu e é do lado do quarto das crianças – os dois entendiam que o teto também estava comprometido e temiam que caísse em cima das crianças – trouxe todos pra cá.

- Fez bem irmã – Augusto falava calmo – vamos ver como está o quarto, a Maria Cecília entende um pouco disso não é?

- Claro, continue aqui com as crianças que vou fazer uma vistoria. – ela confirma.

Augusto já ia até o quarto mais ela o freia – não podemos entrar assim, desprotegidos, vem aqui comigo – caminha em direção a cozinha e pega uma panela pequena pondo em sua cabeça.

- E eu ? – Augusto reclama.

- Apenas vem comigo. 

Ela caminha até o quarto parando na porta: - Você fica aqui embaixo da porta, caso aconteça alguma coisa estará protegido, eu entro.

- Mais...

- Não ouse desobedecer. – As camas estavam desarrumadas, alguns ursos de pelúcia e bonecas no chão denunciavam que teve correria, provavelmente assustadas com o barulho, a luz era fraca mais ela observava as paredes – estão úmidas e isso não é nada bom – balança a cabeça – e também temos alguns rachões – passa as mãos na parede – mexeu muito com a estrutura e a chuva só piora – olha para o teto e vê o gesso todo molhado – temos infiltração no teto também e isso pode cair em cima das crianças.

- Então elas não voltam aqui?

- Não enquanto estiver chovendo, melhor procurarem outro lugar – recolhia os brinquedos e alguns colchões, Augusto carregava tudo até a sala, irmã Tereza organizava eles lado a lado, seria ali agora o novo dormitório das crianças.

- Pronto, quando tivermos um dia de sol, virei aqui com minhas ferramentas, que não são de engenheiro mais ajudam em alguma coisa e faço uma vistoria melhor, posso subir no teto e... - Algumas crianças riam deitadas ao chão enquanto Maria Cecília falava.

- o que foi hein que vocês estão rindo? – Ela pergunta curiosa.

- A senhora está parecendo o menino maluquinho com a panela na cabeça! – riam todas juntas.

- Ah então eu sou a menina maluquinha então? E vocês deveriam estar dormindo!

- Estamos sem sono! – respondem!

- Elas estão assustadas – Augusto fala triste.

- Olha, amanhã vai parar de chover e vai ficar tudo bem ok? Agora vocês tem que dormir e não voltem naquele quarto sem a nossa permissão certo? – elas faziam que sim atenciosas ao que Maria Cecília falava – bom, querem uma história? Já conhecem a do menino maluquinho?

Gritavam: - Não! Não! Não!

- Então vou contar! – Maria Cecília ao chegar na metade da história percebeu que todas já dormiam – acho que acabamos por hoje, até a chuva parou um pouco – apontava pro teto.

- Obrigada meus queridos, sozinha com eles aqui não sabia o que fazer!

- Bom, apenas siga as instruções que a Maria Cecília deu irmã, voltaremos assim que der e qualquer coisa nos mantenha informados. – Augusto explicava. – Vamos?

- Claro, já está tarde!

- Não querem ficar e dormir? Não é perigoso?

- Não irmã, obrigado, seguiremos mesmo assim e qualquer coisa nos telefone!

- Claro Augusto, farei isso sempre! Vão com Deus.

Se despedem e caminham em silêncio até o carro, a chuva agora estava fina mais ainda não deixava de molhar.

- Bom, pelo menos nada grave aconteceu! – senta com cara de cansada no banco enquanto colocava o sinto. – mais a situação do orfanato e pior do que pensei. – fala triste.

- Você tá bem? 

- Apenas cansada, o dia foi cheio!

- Você é jovem não deveria cansar fácil com pouco esforço, você anda fumando e bebendo? Deveria procurar um médico!

- Tenho você bem aqui – ri – olha Augusto já faz um tempo que não fumo – falava a verdade, desde que Luan pisou seu cigarro naquele dia – agora beber...

- Olha...

- Olha, vamos voltando? Tô cansada e provavelmente voltaremos aqui amanhã.

- Tudo bem. – não continua o assunto.

A viagem seguia em silêncio, realmente o carro de Augusto era perfeito para andar naquele tipo de terreno, mais se assustam ao encontrar um carro parado no meio da estrada, alguém abre a porta e aparece de braços ao alto.

- Será um assalto? – Augusto fala assustado aumentando os faróis.

Maria Cecília não acreditava no que via de boca aberta fala: Não, não é assalto, porque esse daí não põe medo em ninguém – Augusto não entende, ainda não tinha reconhecido aquela figura alta – aquele é o Luan Santana. – ela fala com descaso.

- Espera! Luan Santana? – impossível não rir – o que ele está fazendo aqui?

- Vamos descobrir agora, apesar de já desconfiar.

CONTINUA... 

O Orfanato não está numa situação boa hein amores?

E Luan preso na estrada? Será que Maria Cecília vai ajudar?

Bom Augusto já desconfiou de algo entre eles, e se a memória não me falha é ele quem vai dar um empurrãozinho pra o que vai acontecer nessa noite!

AGUARDEM...

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Paz&Bem

@_Vanesssaa_