Capítulo 25

- Já ia ver o que aconteceu, a demora...- Arthur alfineta.

Luan interrompe: - A Maria Cecília estava me mostrando os quadros da Família, seus bisavós e os vinhos mais antigos, ela entende mesmo cara! – elogia enquanto Sônia sorria e Paloma sentava sem paciência.

Dagmar foi a primeira a se servir, falou que era apreciadora de bons vinhos, a mesa foram servido para acompanhar a bebida alguns petiscos típicos da cultura italiana, sardela, queijos, tomate seco, azeitonas, pãezinhos recheados com queijo prado, molho de tomate orégano e azeitonas picadas – pães esses que Luan comeu quase todos, levando alguns apertõezinhos de Dagmar por baixo da mesa.

Conversavam sobre tudo, música, acontecimentos cotidianos, futebol onde Luan percebeu que Maria Cecília era assim como ele Corintiana e entendia de futebol como ninguém, não só de futebol, mais de tantos assuntos da atualidade, política, jornalismo que parecia a Dagmar e sua pinta de intelectual quando encontrava seus amigos e começava a falar sem parar de assuntos em grego pra Luan,, o que o fez sentir pequeno perto delas, mais quando começou a falar do que ele sabia, música, percebeu que ela  o olhava com atenção, como quem assiste uma aula importante, e aquilo engrandeceu seu ego por alguns instantes até sentir o cheiro da comida.

Como prato principal serviram Carpaccio Di Salmone.

- O que é isso? – Luan pergunta sem papas na língua ao ver o prato bem a sua frente , Dagmar o cutuca mais uma vez e Arnaldo tentava conter o riso.

Impossível, todos riem: - Isso é Salmão, preparado com um molho especial, que leva azeite e outras especiarias, algumas ervas da Itália e molho especial. – Sônia explicava.

- Ah é peixe então? – ela concorda – adoro peixe cara, não precisava falar difícil, apenas peixe – pega os talheres e vai comendo. – isso aqui é muito bom rapaz, melhor do que os que eu pesco.

- Luan?

- Que foi Dagmar? Come um pedacinho vai e vê o que eu digo – pega seu garfo e leva até Dagmar que rejeita enquanto o resto ria.

- Ele é tão bobo – Maria Cecília observava e tirava suas conclusões – palhaço na verdade, Dagmar deve sofrer viu? -  Já tinha esquecido o que aconteceu naquela noite, já tinha perdoado aquele menino feliz que abria-se em sorrisos a sua frente mostrando duas covinhas em cada lado da bochecha – O que está acontecendo hein Maria Cecília? Sim, é você e não a Paloma, cadê ela hein? Aparece! 

- Algum problema com a comida? – Arthur alfineta a irmã, percebe que ela estava incomodada com algo.

Ela toma um gole de vinho: - Não, está tudo perfeito, apenas estava pensando em algumas coisas aqui. – ri fingindo ter uma boa relação com o irmão.

- O que ela está pensando? Será em mim? Não Luan, ela está pensando em se vingar isso sim – lembrava das palavras  que trocaram no escritório.

Ao término do jantar, foram para uma sala que tinha uma varanda, como tradição do Sul, tomaram Terere, menos Paloma.

- Você não gosta? – Arnaldo perguntava puxando assunto ao seu lado.

- Não, eu morei muito tempo fora e quando passava minhas férias aqui não peguei o hábito, acho isso, horrível. – Luan fez uma cara de espanto ao ver ela falando aquilo.

- Nossa, você estudou onde? – Dagmar entrava na conversa deles, deixando de lado Anderson, Luan e Arthur que falavam do show, Sônia tinha ido buscar mais erva para a bebida.

- Na Suíça – cruzava as pernas.

- Você fala romanche? – Dagmar refere-se a língua oficial do país.

- Não, não, Na verdade na Suíça existem quatro línguas – explicava -  o alemão, o francês, Italiano e o romanche, a variedade dá-se por conta das fronteiras e proximidades com esses países – Arnaldo estava surpreso com a pessoa inteligente e calma que ela parecia ser, tão diferente da louca que gritava com ele, o chamando de bobo da corte – como sou descendente de Italianos me aperfeiçoei na nossa língua, falo inglês e espanhol e arranho o francês. – ria em tom angelical.

- Nossa, isso é muito bom pro seu currículo. – Dagmar elogia – queria que  meu filho fosse assim, tão interessado e inteligente como você aparenta ser, ele estuda aos empurrões. – ria admitindo.

- Maria Cecília sempre foi interessada, amava estudar e desde pequena percebi que ela deveria ganhar outros horizontes além do Brasil, por isso optamos que ela estudasse fora. – Sônia elogiava com orgulho.

- Já o Arthur hein? – Luan entra na conversa cutucando o ombro do amigo – não leva jeito pra estudar.

- Não tão diferente de você Luan! – completa.

- É ficamos no médio – ria admitindo.

- Você faz curso de quê? – Arnaldo tinha curiosidade e ela percebe, Luan gostava disso, pelo menos a névoa sobre a pessoa que ela era estava sumindo aos poucos, na medida que Júnior e sua curiosidade avançavam.

- Arquitetura – responde -  nossa família tem habilidade com as mãos, desenhos, linhas e me identifico com ambientes e construções, e você, Junior? Ficou no médio também?

- Não, não. Me formei em Jornalismo! – falava com orgulho.

- E foi trabalhar com Luan? – arqueia as sobrancelhas – entendi.

- Gosto muito do meu trabalho, me sinto muito – procura a palavra certa - realizado.

- Eu percebi – ri lembrando-se do episódio do carro – é ótimo fazermos o que gostamos, imagino que é difícil pra Dagmar cuidar da vida de um cantor. – puxa assunto.

Ela vira-se ao ouvir seu nome: - Principalmente quando é um teimoso. – todos riem. – Luan dá muito trabalho, eu e o Anderson que o diga! Sabe, ele quase me matou na gravação do DVD do Fernando e Sorocaba, ele encasquetou que queria combinar uma jaqueta azul com uma camisa em listras preta e bege, eu e as pessoas que estavam lá queríamos que ele usasse um blazer preto, combinava  melhor, resultado: sua teimosia parou nos extras do DVD, eu quase tive um surto. – todos riem.

- Mais a Jaqueta azul era melhor – diz teimoso – ainda vou usar essa combinação.

Maria Cecília continua: - Imagino, ele é irresponsável algumas vezes ou é sempre obediente? – o encara e ele percebe onde ela queria chegar.

Luan interrompe: - As vezes eu tento atropelar alguém mais nada além disso! – Anderson, Dagmar e Junior arregalam os olhos enquanto Arthur e Sônia ficavam sem entender.

Achando a situação embaraçosa Anderson volta ao assunto real da noite: - Então ficamos assim, Conrado e Aleksandro, Luan, Jorge e Mateus e Gustavo Lima não é isso? O show pelo que me contou vai ser depois do aniversário do Luan. – Anderson interrompia a conversa.

Arthur entra na conversa empolgado: - Isso, eu queria uma apresentação exclusiva do Luan na boate, mais seria no dia do aniversário dele então, ficamos apenas com o mega show!

- Mais posso comemorar na sua boate – Luan interrompe – seria muito bom e todos estão convidados – Luan não perde a oportunidade e joga  a ideia. – fico o dia com minha família e a noite com meus amigos, vou chamar o pessoal de Campo Grande e a sua casa noturna é perfeita.

Os olhos de Arthur brilhavam.- Isso seria ótimo! E seria uma honra proporcionar esse evento! 

 Luan começa com algumas exigências: - Mais Anderson, quero ser o primeiro a me apresentar no show, se o Arthur concordar também, porque assim aproveito mais as outras apresentações entende?

- Claro – Arthur concorda -  seria ótimo e já pensava em você fazer a abertura, to pensando em fazer o camarote VIP em cima do Palco e já temos sua presença.

- Veremos isso. – Anderson pensava.

Maria Cecília levanta-se para se servir de mais um pouco de vinho, Arnaldo a acompanha até a sala.

- O que você quer magrelo? – aproveitava que estava distante, ele dá uma risada – estou bancando a palhaça hoje, só pode!

 

- Onde está a garota educada? Você é a maluca do carro não é? E a Paloma Fortezza que o Luan tanto fala, como pode?

- Eu não respondo a perguntas idiotas, só acho que deveria deixar o cantorzinho falar por si, e não bancar o bobo da corte e defender o seu rei. Ele tem que aprender a se cuidar sozinho. Fica a dica tá?– pisca o olho e serve sua taça com vinho pedindo a de Arnaldo em seguida – eu gostei de você Júnior! – era sincera e ele se surpreende – gosto de pessoas com atitude.

- Eu também gostei de conhecer a Maria Cecília – enfatiza – acho que lá no carro quando discutimos era ela também, você é brava menina! Mais gostei de você – admite com um careta se perguntando se realmente estava falando isso– os dois riam.  

     

- Passei então na bateria de perguntas do Bobo da corte? – ria.

- Sim – percebe que ela tinha se tocado das suas perguntas – você é legal.

- Legal? – pensa – é, talvez mais não espalhe isso por aí, não posso perder minha fama de mal ok? Ah! e só por você não vou falar o que aconteceu pra imprensa. – mentia.

- Obrigado pela consideração.

- Não tem de que. – voltam para a varanda mais no meio do caminho um toque a faz parar, a campainha chamava com pressa. – pode ir voltando eu vou atender, acho que alguém está morrendo e tenho que terminar o serviço, não me demoro – ele a olha estranho – prazer, Paloma. – sorri.

Arnaldo volta com a sensação estranha, ela confundia sua cabeça, uma pessoa inteligente, culta, educada e ao mesmo tempo... – ela é maluca ou então uma boa atriz, porque passar esse tempo todo só sorrisos depois de um barraco daqueles? Agora não sei o que dizer ao Luan, algo me preocupa mais me deixa tranquilo, ela passa confiança ao mesmo tempo que algumas atitudes são suspeitas, não vou me preocupar, o Luan se diverte com todas e ela deve ser só mais uma, um rostinho bonito e misterioso, qualquer homem a queria...até você Arnaldo – ria pensando enquanto os outros observavam ele voltando sozinho, Maria Cecília estava abrindo a porta enquanto a campainha insistia impaciente.

- Calma, calma.  – abre a porta – o que você está fazendo aqui a essa hora?

Para os olhos assustados naquela pessoa que demonstrava preocupação e medo, alguma coisa nada boa tinha acontecido.

CONTINUA... 

Aguardem amores...porque a noite realmente começa aí!

Quem será? E o que será que aconteceu?

Sugestões?

Posto depois de 20 comentários!!

Paz&Bem

@_Vanesssaa_

Kiss ;**