Capítulo 35

Maria Cecília batia os dedos impaciente na escada  - Porque ele sempre fala isso do Luan hein? Do que ele tem medo? Pensa que eu faria o quê? Destruiria os planozinhos de merda dele? – pensava ao mesmo tempo do que iria responder: - Não te importa com quem eu saio ou deixo de sair Arthur! Me esquece e da minha vida cuido eu! – subia as escadas irritada, hoje por respeito a Sônia não brigaria mais aquilo não tinha terminado.

Sônia perde a paciência, aquilo era demais, estava tendo nas suas mãos a mudança que tanto esperou e seu filho tinha o prazer de estragar tudo? - Arthur, deixa a Cecília, ela está voltando não percebe? Então por favor? Deixa ela na companhia do Luan, do Augusto, eles são pessoas de boa índole e tenho certeza que do contrário de você estão ajudando ela!

Banca o inocente: - Hey, calma! Mais eu quero o bem dela também mãe, não acredita? – ela fazia que não -  Faço isso tudo pra ela não se desviar do certo, e admita que desde que cortamos a grana ela mudou, mérito do Arthurzinho aqui! – apontava o dedo pra ele mesmo -  Só não quero ela com o Luan, porque além de meu amigo envolve negócios no meio, e sabemos que ela gosta de brincar com os homens   -a mãe já ia defender ela mais ele não deixa – e só porque ela tirou as lentes e tá boazinha demais não significa que mudou, não ainda. Deixa eu tomar um banho que vou ligar pra minha... – para rindo, não importaria falar, não agora.

Sônia ignorava Arthur, via que Cecília estava mudando e no momento aquilo era o que importava e faria o possível pra ela continuar frequentando o orfanato, vendo Augusto e porque não Luan?

No seu quarto...- Infeliz! Desgraçado! Filho da Pu... – se arrepende, Sônia não merecia – calma Maria Cecília, é justamente isso que ele quer – olha-se no espelho, estava suja e com cara de cansada – você tá horrível, banho já!

Ainda enrolada no roupão e com uma toalha enrolada nos cabelos mexia nervosa  nas suas roupas . – Não tenho nada pra vestir! – Observava os montes e mais montes de roupas a sua frente – não, pensa em quem não tem nada e olha pra isso aqui – apontava – você tem sim e vai achar uma. - Opta por uma calça de tecido skinning preta, camiseta dourada detalhada em paetê a qual ressaltou com um casaquinho de mangas preto, pôs algumas pulseiras combinando com sua blusa e um salto alto preto estilo Ankle Boots, sua testura lembrava camurça, cabelos soltos e bolsa carteira estava pronta.

- Comportada demais – pensava se olhando no espelho ainda estranhando aquela figura alta e linda de olhos verdes que com a maquiagem ressaltavam ainda mais a beleza natural de todo o conjunto – vamos?

Descia as escadas pensando: - Tenho que passar no Augusto, espero que ele esteja pronto e não demore, vamos em carros diferentes? – organizava algum dinheiro na carteira – que falta me faz minha parte da clínica – reclamava do “pouco” dinheiro.

- Já vai sair com o...

- Não, não, não! Ele resolveu testar minha paciência hoje é isso? - Para na porta virando-se e o enfrentando: - Meu amigo! E acho que seu também, mais lava a boca pra falar do Augusto porque ele é muito melhor que você!

- Ah, ele agora é seu amigo? Vão aonde? Também to pretendendo dar uma saidinha com minha... 

- Namorada? – não consegue conter o riso - Coitada dessa garota Arthur, se ela realmente existe, sinceramente? Tenho pena dela! – imaginava na possibilidade do irmão estar com alguém.

- Mais você vai gostar dela – ria sínico – o Augusto é um cara legal maninha, ou é mais um de seus clientes? – ria de braços cruzados.

Seu sangue fervia : - Quer saber? Vai arrumar o que fazer e deixa de me irritar, vai se divertir de verdade Arthur, sabe o que vai acontecer? Você vai ficar velho, problemático e sozinho enquanto só se preocupa comigo, e com o que eu faço! Eu to vivendo a minha maneira mais to vivendo, e você? Pensa tá? Maninho – esnoba e bate a porta.

- Eu to vivendo Cecília...e muito bem – ria ela já não podia ouvir, tinha fechado a porta, pego o carro e partido rumo a casa de Augusto.

Nada estragaria aquela noite, iria pra uma boate na zona leste de Londrina, que pouco frequentou como Paloma Fortezza, não queria colocar Augusto em alguma situação embaraçosa, queria se divertir de verdade, dançar, conversar como a tempos – corrige-se – como nunca tinha feito – queria esquecer tudo, Arthur, problemas no orfanato, problemas em casa e o principal, apagar de sua mente a lembrança de Luan com aquela loira na boate luxuosa em São Paulo que voltava a invadir seus pensamentos, tinha medo que quando o encontra-se - como ele mesmo disse por telefone que queria isso -  jogasse tudo o que sentia na cara dele, sua raiva, seu ciúme e trataria de esquecer aquilo, ou no mínimo jogar um balde de água e diminuir as chamas.

Buzina: - Vamos Doutor, temos que andar uns trinta minutos – falava no telefone com Augusto observando sua casa do lado de fora, tentava ver algum sinal, e o máximo era a luz de uma das janelas no primeiro andar acesa.

- Calma, to saindo só um instante. – parecia que corria por dentro de casa.

- Você vai no seu carro ou no meu?

- Não sei. – admite parando e se olhando no espelho, arrumava o cabelo – o que acha?

- Vamos economizar, vamos no seu – ria.

- A é? No meu? Ótima forma de você economizar.

- Estou em contenção de despesas esqueceu? Abre a garagem vai, você sai e eu entro, depois fazemos o inverso na volta.

- Tudo bem – o portão abria lentamente e Maria Cecília entrava na casa de Augusto, não se detém aos detalhes, apenas vê que era grande e desnecessária pra uma pessoa que morava sozinho.

Uma pequena porta de lado da casa se abre e Arthur aparece, com calça jeans e camisa gola “V” branca com alguns dizeres em inglês na cor preta, tênis esporte branco com o símbolo da Nike atrás, ele estava lindo, a camisa evidenciava seus músculos. Mais uma vez não parecia um médico e sim um esportista, ou quem sabe alguém que trabalhava na TV, o cabelo impecavelmente todo penteado para frente torneava seu rosto perfeitamente escultural.

- Como estou Cecí? – sorria.

- Olha a intimidade hein? Tá um gato Doutor – elogia descendo do carro e o cumprimentando – mais vamos? Eu preciso dançar!

- Dançar? – mordia o lábio enquanto Maria Cecília ria entendendo sua dificuldade.

- Eu te ajudo, acho que depois do dia de hoje merecemos nos divertir.

Ele Apertava um botão e destravava o carro abrindo a porta pra ela entrar: - Eu principalmente porque trabalhei como nunca! Primeiro as damas. – sorri.

Augusto dirigia coma atenção durante a noite e perguntava: - Porque essa boate, temos a do seu irmão e outras mais próximas – arqueava a sobrancelha.

- Arthur? Por hoje? Nem pensar! E essa boate? – pensava – foi pouco frequentada por Paloma entende? – não sentia vergonha de falar isso com Augusto.

Ele balança a cabeça: - perfeitamente, obrigado por pensar em mim, isso é muito nobre.

- Não é só você, sou eu também – admitia – vira ali a esquerda – indicava e já viam a movimentação e entrada da boate – chegamos.

- Eu já me arrependi! – falava com medo.

- Deixa de ser bobo, se liberta Doutor! – ria – e se diverte!

Augusto pagou as entradas depois de muito insistir, ela queria que cada um pagasse a sua: - Deixa de ser boba tá? Eu quero fazer as honras.

- Ser cavalheiro é isso? Você deveria ter pago pista e não camarote VIP Augusto! – falava indignada.

- Tô só me divertindo – falava enquanto estendia o braço pra pôr a pulseirinha verde limão – tenho o direito ao VIP também não acha?

Ela ria – tudo bem, tudo bem. Vamos tomar alguma coisa? – fala apontando para o mini bar que tinha no canto do camarote o som estava altíssimo.

- Humm, agora? Já? – relutava.

- Augusto? Só um drink vai? Só um – o puxava pelas mãos, balançando seus braços.

- Tudo bem, só um – cedia.

Maria Cecília falava baixinho pro Bar Man, ele pega dois copos pequenos e coloca uma bebida “branca” enchendo-os  ela agradece e pega os dois copos: - toma, bebe.

- Mais o que é isso? – a olha assustado.

- Não pergunta vai! Apenas vira de uma vez, assim ó – ela bebia todo o liquido sem nenhuma careta e aguardava pelo amigo.

Observa Augusto fazendo o mesmo e se contorcendo todo: - Mais o que é isso? Espera, é...

- Tekila meu amigo – bate em seu ombro -  e daqui a  - olha no seu relógio dourado – uns trinta minutos você vai estar dançando que nem vai perceber. – ria.

- Eu to dirigindo! Não posso tomar isso a noite toda, lei seca lembra?- entrava em desespero.

- Calma Doutor, foi só uma dose apenas, garanto que o álcool vai sair rapidinho daqui a umas horas, relaxa – falava tranquila demais - toma você bebe isso – pega outro copo com um líquido amarelo, tinha cheiro de abacaxi e o entrega.

- E você?

Ela ri – Morango! – mostra o copo mexendo o canudo – não vou beber Augusto, quero me divertir, confia em mim vai!

Sorria com a mudança de Cecília: - Eu começo a confiar – brindam.

- Lembre de me agradecer pela Tekila ok?

- Quando a noite acabar! – partiam pro meio de algumas pessoas que dançavam.

Dançaram, riram e se divertiram muito ao som de musica eletrônica e em seguida uma dubla que fazia balada sertaneja começava a se apresentar, a casa estava cheia e o camarote não estava diferente: - Eu preciso tomar alguma coisa – ela falava dirigindo-se ao bar – uma água por favor?

- Duas! – ele ria pedindo também, cansado ao seu lado – quantas vezes fez isso?

- O que? – perguntava sem entender.

 -Tomar água – mostra sua taça -  na balada – ria.

- Sinceramente? Nenhuma – admitia – mais confesso que to me divertindo muito!

- Obrigada pela Tekila – agradecia – realmente o trem funciona.

- A noite ainda não acabou! – lembra a promessa.

- Sim, mais to agradecendo antes que me esqueça! – tomava mais um gle de água.

- Ela te faz cometer coisa pior do que apenas dançar – ria como se soubesse os efeitos.

- Tipo? – pergunta curioso.

- Se tomá-la em excesso não duvide de subir em cima dessas mesas e tirar a roupa. – apontava enquanto Augusto ficava assustado.

- Obrigado por me avisar – tomava mais água – me dá licença por cinco minutos? Preciso ir ao banheiro.

- Claro, eu estou aqui!

- Não vai beber enquanto eu estiver longe não é? – desconfiava.

- Não! – ria cruzando o dedinho do pé na sandália apertada, Augusto acredita e vira-se indo embora – mais uma Tekila por favor – pede e toma rápido. – pronto! Pra fechar a noite. – alguém tocava seu ombro – Augusto eu...- pensava ser ele, já pensava em se desculpar  pela bebida mais fica assustada com aquele rosto.

- Bia?  - percorria o olho e do seu lado estavam Bruna e Lígia sorrindo como se fossem velhas amigas suas e não se vissem a anos. Sim, a noite estava apenas começando e não se encerrava com o último gole de Tekila que tinha tomado a pouco. Faltava a presença de mais algumas pessoas para completar a festa.

CONTINUA... 

Como essa noite vai acabar hein?

Fazem ideia de quem será a "namorada" de Arthur?

Isso vai causar muitos..probleminhas não acham...

Ah, e se Luan resolver aparecer nessa noite e ver, Cecília acompanhada de Augusto? O que vai pensar hein?

Será que alguém vai reconhecer a "Paloma Fortezza"?

Eu acho que sim...

AGUARDEM PRÓXIMO CAPÍTULO!

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@_Vanesssaa_