Capítulo 30

- Eu acho que já disse tudo que tinha pra dizer – desconversa.

Era compreensivo: - Tudo bem. Eu não vou insistir, depois...

- Luan! Luan! Não vai ter depois, você queria descobrir tudo, eu contei, ponto acabou. – falava como se aquilo fosse óbvio.

- Não, você acha que me conta isso tudo e eu vou fingir como se nada tivesse acontecido? – ela temia pelo que ele iria dizer – eu quero me aproximar...aju..

- Não diga a palavra ajudar, porque se você pensa que eu vou voltar ao que era...

- Eu estou totalmente certo! Porque como você viu não desisto fácil, se não quer minha ajuda, vai ganhar um amigo!

- Luan, Luan! – parecia que ele não entendia, ela se aproxima e segura seu rosto em suas mãos, nunca tinha tomado essa atitude de estar tão próxima, de o encarar, de o ter em suas mãos – nós não podemos ser amigos e você sabe porque não sabe?

Se negava a entender: - Quantas pessoas namoraram, ou já foram casados, e já transaram bem mais do que nós e ainda são amigos mesmo quando tudo acabou? – ele tinha razão – aquela foi a Paloma!

- Não, não foi! Porque a Paloma não se permite sentir e eu  senti  cada momento, até hoje sinto – pensava – Paloma e Maria Cecília são a mesma pessoa, impossível separar.

- Eu consigo – defendia -  a Paloma não ajudaria a Bruna, não deixaria o filho do prefeito preso em um carro sem motivo – ela abre os olhos assustada, ele tinha visto então?– nem bancaria a babá do Luan Santana atolada com ele dentro de um carro no meio do nada. Cadê a Paloma? Você a vê? – começa a procurar embaixo do banco, pro trás das suas costas e começa a mexer com Maria Cecília – onde está ela? Onde está?

Como ela gostava daquilo, ele era tão puro, simples, normal! Um menino em forma de homem, que aprontava como todos, não era santo, mais tinha o poder de transformar as situações com seu humor.

- Eu sou tão ruim assim a ponto de você não me querer por perto? – pergunta – eu sou bonzinho. – fazia cara de santo com um biquinho.

- Você é bobo.

- Isso é bom, pelo menos não me disse que me odeia, nem me mandou ir pro inferno! Um ponto pra Luan! – batia palmas.

- Isso não é um jogo e eu só te contei porque... – pensa em tudo que viveu naquela noite – tive vontade. – dá de ombros.

- Vou fazer apenas uma pergunta e quero que me responda com sinceridade tá?

- Ele não cansa? – pensava

- Amigos? – estende a mão.

Foi a pergunta mais difícil que poderia responder e sabia que tinha um peso enorme pra definir aquele momento, como seria dali em diante, ela queria dizer não, sumir e evitar Luan, mais já tinha admitido seu sentimento pra ela mesma, contado tudo sobre sua vida pra ele, e tê-lo no mínimo como amigo seria uma forma de tê-lo por perto – Não! Isso é egoísmo demais – pensava – você nunca vai tê-lo, ele agora tem pena de você apenas isso!

- Sem sexo, sem segundas intenções, começando do zero. – Luan completa.

- Amigos. – se arrependeria pro resto de sua vida mais tentaria.

O sorriso de Luan e sua satisfação eram gigantes – me lembre de agradecer isso ao Augusto.

- Me lembre de bater nele amanhã – passava a mão nos braços.

- Você tá com frio? – ela ia responder que não mais Luan é mais rápido e a puxa – pode ficar aqui comigo, eu te esquento.

- Obrigada – consegue responder nervosa.

- Amigos são pra essas coisas – ri da própria fala mais ela permanece em silêncio – você tá com sono?

- Não.

Os dedos de Luan faziam um caminho de vai e vem no seu braço, causando-lhe arrepios e sensações que lutava pra manter presa, sentia seu peito forte embaixo de suas costas, sua respiração próxima a seu pescoço e seu perfume. – Você errou Maria Cecília, você está confusa, apaixonada pelo Luan Santana? Ele descobriu tudo sobre você e só alguém apaixonado é capaz de fazer isso que você fez, esquecer o que lutou a vida toda pra conseguir e revelar seus maiores segredos, idiota, ele agora vai bancar o amigo e você vai se ferrar com esse sentimento, tenho que matá-lo, tenho que matá-lo antes que ele acabe comigo! – Proteção, era essa a sensação que tinha ali, com ele. Estava no lugar mais seguro do mundo, e os conflitos que a atormentavam não tinham nenhuma importância ali naqueles braços, fecha os olhos e inala mais um pouco daquele perfume se aconchegando em seu abraço. – minutos depois  sente algo a movendo, Luan se mexia.

- Estou te machucando? – perguntava apreensiva encarando Luan, ele parecia nervoso.

- Não, tá tubo bem, to tranquilo! – passava as mãos pelos cabelos.

- Ter certeza? Vou virar pro lado de lá então tá? Nem tá tão frio assim – apontava pro lado inverso do banco, ainda estava escuro e com certeza Luan estava desconfortável com a posição que eles estavam, ela estava caindo de sono e quando ia encostando sente-se puxada.

- Não, fica perto de mim – seus olhos queimavam nos seus – tá frio.

- Luan – não conseguia dizer nada, ele a hipnotizava ao ponto de não saber seu nome.

- Você é tão...- ele ia acariciar seu rosto quando ela tira sua mão parecia ter despertado e entender o que estava acontecendo, o que ele queria.

- Luan, Luan? A conversa que tivemos lembra? Amigos? Começar do zero? Hey! Esqueceu? – levava em tom de brincadeira, tinha medo de ser grossa com ele. – O que é isso Maria Cecília? Medo de ser grossa? Se você se entregar a ele aqui, se render ao que você também quer vai estar confirmando o que acha disso tudo, que sempre vai acabar em sexo e essa não é a proposta, não, não é!

- Desculpe mais tá impossível pra mim, preso com você aqui tão perto, tão minha – ele insistia acariciando seu rosto.

- Ai não, não, não! E agora? – Luan – dialogava com as duas mãos unidas como quem faz uma oração – olha eu sei que foi intenso o que vivemos naquela noite, marcou você e me marcou também mais não podemos...

- O que impede? Você também quer, existe alguma coisa entre nós que...- nem ele conseguia achar as palavras pra descrever, a desejava intensamente.

- Sim eu quero mais isso envolve sentimento agora, se fosse antes... – Isso é apenas desejo Luan, desejo é como vontade, dá e passa. – evitava. 

- Então o que sinto não é nenhum desses dois, porque não passa. – impossível responder quando sua boca já estava em movimento com a de Luan, poderia ficar presa ali com ele até a eternidade, enlaçada em seus braços, presa em seu beijo, sentindo seu toque, suas mãos quentes e urgentes tentando arrancar seu vestido.

– Não vamos estragar tudo que construímos hoje a noite Luan – falava sem fôlego entre seus lábios.

- Não, não vamos, estamos apenas dando inicio.

Barulho de motor acelerando, Maria Cecília acorda assustada o sol agora iluminava todo o ambiente,  olha pra suas roupas, estava vestida, tudo parecia normal, respira aliviada: - Foi só um sonho – mais parecia ter sido tão real. Do outro lado um carro estava parado, reconhecia, era Augusto, ele veio ajudar Luan, lembrava.

- Bom dia – a pessoa mais linda do universo virava-lhe e sorria como se nada tivesse acontecido, seu coração palpitava.

- Coração idiota! – Bom dia – sorri ainda sonolenta – ah o Augusto resolveu aparecer? – alfineta.

- Sim, as seis da manhã! 

- Ai droga! Eu tenho que ir pra casa! – lembra que tinha faculdade e trabalho.

- Estamos quase saindo daqui! – Luan falava enquanto acelerava, parecia entender seu desespero. – e eu ainda vou viajar hoje, e tenho que arranjar um lava jato pra dar um jeito no carro do Anderson, agora vê minha situação, como o Luan Santana vai conseguir isso?

- Você fala demais! 

Ele ri engraçado: - Vai se acostumando! – a olhava pelo retrovisor - Posso fazer minha avaliação da situação? – mudava de assunto.

- Você quer falar o que acha disso tudo? Digo do que aconteceu ontem? – pergunta se entendeu certo.

- Acorda muié! – ri da cara de sono dela - Mais foi isso aí  mesmo que cê falou! 

- Tudo bem – boceja - o que você achou disso tudo?

Começa a falar empolgado: - Então...eu gosto da Maria Cecília e isso foi quase nada do que eu pude descobrir sobre ela, mais por favor? Tenta ser você? Seus olhos por exemplo, pra que esconder naquelas lentes? Suas roupas, o cigarro..isso so faz mal.

 – Ele está querendo me mudar é isso? – Luan, eu disse que seria sua amiga e não que mudaria o que sou.

- Você prefere o que? Paloma ou Maria Cecília?

- As duas, Paloma é parte da Maria Cecília, é o lado que todo mundo tem mais não quer mostrar, você por exemplo, tem um lado que é só seu, escondido ai dentro que não revela a ninguém, já teve vontade de fazer, dizer algo e não pode?

- Sempre tenho isso! – sinaliza algo com as mãos pra Augusto.

- Paloma me proporciona isso, com ela eu digo e faço o que com trajes de Maria Cecília nunca faria.

- Vamos fazer assim, eu a partir de agora serei eu farei o que tenho vontade, o que der na telha mais sem perder minha...

- Essência? – ela completa.

- Isso, e você vai ser você. - Ela o encara em duvida – tá bom, tentar. – aê Luan! Saímos – ele comemora dando um soco no ar! - Feito?

- Tenho que dar bom dia pro Augusto – falava irônica enquanto Augusto se aproximava do carro.

- Pega leve com ele.

- Sim, farei isso! – mentia enquanto Luan ria da cara dele enquanto Maria Cecília descia do carro irritada.

CONTINUA... 

Não me batam por ter acordado vocês do "Sonho" hahaha.

E aí? Gostaram? Bom, o dia vai amanhecer com muitas novidades, desde a chegada de Luan na sua casa e uma certa notícia na TV, até sua ida pra São Paulo que vai ser muito...#QUENTE.

AGUARDEM!

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@_Vanesssaa_

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